As discussões técnicas iniciadas no fim de semana passado entre o Governo grego e as instituições conhecidas como troika chegaram ao fim sem que tivesse sido atingido um acordo, anunciaram esta terça-feira as partes envolvidas. Novas discussões deverão agora ser agendadas com o objectivo de conseguir um entendimento, pelo menos na semana a seguir à Páscoa, para evitar a entrada da Grécia numa situação de incumprimento face aos credores.

“Tem havido conversas construtivas desde sexta-feira, mas ainda não chegámos lá [a um acordo], e é por isso que as conversações devem continuar”, explicou uma porta-voz da Comissão Europeia.

Do lado do Governo grego, foi dito que “o processo do Grupo de Bruxelas [o nome dado para as reuniões entre o governo grego e as instituições da União Europeia e o FMI que decorreram na capital belga] foi concluído”, acrescentando-se que “as equipas técnicas vão continuar a recolher dados em Atenas”.

A falta de tempo para se chegue a um acordo final entre a Grécia e os seus parceiros da zona euro é uma preocupação crescente entre todos os intervenientes. Em primeiro lugar, é preciso que a Comissão Europeia, o BCE e o FMI aceitem o plano de reformas que foi apresentado pelo Governo grego e que está actualmente a ser avaliado e negociado. Depois disso, a troika entrega o seu relatório aos ministros das Finanças da zona euro e estes decidem se libertam ou não a tranche do empréstimo à Grécia.

Tudo isto tem de ser feito nos próximos dias. As disponibilidades financeiras de Atenas são cada vez menores e o próprio governo grego assume que já não falta muito para não haver dinheiro para fazer face a todos os compromissos, sejam despesas correntes do Estado sejam a amortização de empréstimos ao FMI ou a outros credores privados.

Vários meios de comunicação social têm apresentado o dia 9 de Abril, a data marcada para a amortização de uma dívida de 450 milhões de euros ao FMI, como o prazo que a Grécia tem para resolver o seu problema de liquidez.<_o3a_p>