Desde o início do ano as grandes superfícies já dispensaram 6 mil trabalhadores, avançou a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição. A grande queda no consumo está a ter reflexos no volume de negócios do sector que, entre Julho e Setembro registou uma diminuição de 1,5% do volume de vendas.

"É mais um reflexo no ajustamento que está a ser feito pelos operadores. Recordo que em 2012 pela primeira vez houve o encerramento de um grande hipermercado", disse Ana Isabel Trigo de Morais, directora geral da associação, referindo-se ao hipermercado Jumbo, da Auchan, em Santarém.

É na área não alimentar que mais dificuldades se registam. No último trimestre, as lojas de bens de equipamento, entretenimento ou vestuário reduziram as vendas em 5,8% e, pela primeira vez desde que a APED regista os indicadores, a facturação dos medicamentos não sujeitos a receita médica desceu (0,9%).

Entre Janeiro e Setembro encerraram 24 lojas, a maioria na área não alimentar. Ao mesmo tempo, abriram 43 unidades. Ana Isabel Trigo de Morais diz que o desemprego no sector não foi motivado apenas pelos encerramentos registados. Numa altura em que os operadores lutam por conquistar clientes, o corte de custos e rentabilidade são prioridade. "Todos olham para a margem com cuidado" e isso "obriga a ajustamentos na mão-de-obra". "É inevitável", afirma a directora-geral da APED.