Governo renova apelo ao PS para debater infra-estruturas prioritárias

Secretário de Estado diz que socialistas estão a colocar-se voluntariamente fora da discussão.

Foto
Linha de mercadorias para ligar Sines a Espanha é um dos projectos considerados prioritários Daniel Rocha

Os projectos ainda nem saíram do papel, mas nos últimos dias têm dado azo a uma acesa troca de palavras entre o Governo e o maior partido da oposição. Nesta segunda-feira, o secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações renovou o convite feito ao PS para debater as conclusões do grupo de trabalho que, em Janeiro, elencou as infra-estruturas consideradas prioritárias para o país.

Numa conferência de imprensa a partir do Ministério da Economia, Sérgio Monteiro reiterou o convite feito aos socialistas “para que se juntem à discussão”. Um pedido que foi aceite por todos os restantes partidos da oposição, com os quais haverá reuniões já a partir de quinta-feira. “Estamos perante um documento muito importante”, afirmou o governante numa referência às conclusões do grupo de trabalho, acrescentando, porém, que “não esgota o debate”.

É preciso fazer-se uma “uma discussão política” sobre estes projectos e chegar a uma “posição convergente” entre as diferentes forças partidárias, frisou Sérgio Monteiro. O secretário de Estado repetiu ainda que “será útil contar com o contributo do PS”.

Não deixou, no entanto, de dar alguns recados aos socialistas. “Como é que um partido que se quer apresentar como alternativa [ao Governo] pode recusar fazer este debate?”, questionou, acrescentando que “quem se excluir a partir de agora fá-lo por opção própria”. Algo que, no seu entender, não será visto como uma atitude “responsável” pelos agentes económicos, que exigem decisões sobre estes projectos que “perdurem no tempo”.

Estas afirmações surgem depois de o PS ter vindo acusar o Governo de fazer “jogo político” em redor deste tema. Os socialistas argumentam que não recusaram reunir-se no Ministério da Economia, afirmando que não receberam ainda os estudos sobre as infra-estruturas elencadas pelo grupo de trabalho.

Na Horta Seca, o facto de o PS ter remetido o debate para a Assembleia da República foi entendido como uma recusa ao convite para a discussão política. O ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou ao PÚBLICO que a posição dos socialistas é “insólita, se pensarmos que o PCP e o BE não recusaram”.

O relatório do grupo de trabalho define como prioritárias 30 infra-estruturas, maioritariamente do sector portuário e ferroviário. No total, estes projectos implicam um investimento superior a 5000 milhões de euros, subentendendo o co-financiamento por fundos comunitários do novo quadro de apoio a vigorar até 2020.

Desde que o relatório foi conhecido, em Janeiro, o Governo tem vindo a promover discussões sobre os projectos a nível nacional, tendo havido já reuniões no Centro, Norte e Algarve. Na próxima semana, decorrerão no Alentejo e em Lisboa.

Sugerir correcção
Comentar