Governo prevê mais 45 mil empregos e salário médio a subir 30 euros

Esboço do Orçamento aponta para manutenção da tendência de redução do desemprego do último ano, mas com melhoria mais acentuada dos níveis salariais.

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Governo prevê desemprego de 11,2% em 2016 Fernando Veludo/NFACTOS

Mais 45 mil empregos, uma descida de 1,1 pontos na taxa de desemprego e um aumento do salário médio mensal dos portugueses em torno dos 30 euros. É este o impacto no mercado de trabalho que o Governo está a projectar para este ano em resultado da sua política económica.

No Esboço de Orçamento do Estado para 2016 que irá entregar esta sexta-feira em Bruxelas, o Governo aponta para um cenário económico em que uma política de rendimentos mais generosa por parte do Estado, combinada com um aumento do salário mínimo nacional, sustenta parte da aceleração da economia e assegura a continuação da tendência de criação de emprego que já se tinha verificado no ano passado.

De acordo com o documento, o número de pessoas empregadas irá aumentar 1% este ano, um valor semelhante aos 1,1% registados em 2015. Isto significa que, a confirmar-se o cenário agora traçado, criar-se-iam cerca de 45 mil empregos em Portugal durante este ano.

No que diz respeito à taxa de desemprego, a previsão é de uma nova descida no decorrer de 2016. Em 2015, este indicador ter-se-á cifrado em 12,3% e para 2016 a previsão do Governo é de 11,2%.

Esta manutenção do ritmo de criação de emprego e de descida da taxa de desemprego é prevista num cenário em que os salários aceleram de forma bem mais acentuada do que nos anos anteriores.

De acordo com o cenário macroeconómico do Governo a remuneração por trabalhador irá registar um aumento de 2,1% durante este ano, um resultado que corresponde a mais cerca de 430 euros por ano, em média, para os trabalhadores portugueses, ou o equivalente a um acréscimo salarial mensal de 30 euros (considerando os subsídios de férias e Natal).

Esta subida é bastante mais acentuada do que a registada em 2015, quando o salário médio em Portugal não subiu, em média, mais do que 0,4%, ou 5 euros ao mês. Em 2014, registou-se mesmo um recuo neste indicador.

As projecções do Governo para os salários baseiam-se essencialmente em duas medidas que já estão a ser aplicadas desde o início deste ano. Por um lado, há o aumento do salário mínimo de 505 euros para 530 euros. Por outro, há a reposição mais rápida dos cortes salariais dos funcionários públicos, que acabarão por deixar de existir totalmente no decorrer do último trimestre deste ano.

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