Governo prepara fim dos incentivos fiscais aos carros de serviço

Numa amostra de 205 empresas, 83% atribuem um automóvel como benefício aos quadros de topo.

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Regra geral, todos os directores de empresas têm como benefício um automóvel da empresa Nelson Garrido

O Governo estará a preparar o fim dos incentivos fiscais sobre os chamados “carros de serviço”. A notícia é avançada nesta segunda-feira pela TSF, que refere que as taxas sobre os automóveis, concedidos como benefício aos quadros médios e superiores das empresas, vão ser revistas. Em causa estarão poupanças de 200 milhões de euros.

Contactado pelo PÚBLICO, o Ministério das Finanças não fez comentários “sobre alegadas medidas do Orçamento do Estado”.

Um estudo elaborado pela consultora de recursos humanos Hay Group, relativo a 2012, avançava que 83% das empresas incluídas na amostra (205) concediam automóveis aos seus gestores de topo. Este é, aliás, um dos benefícios mais valorizados pelos trabalhadores e teve taxas de crescimento “agressivas” até 2009. A partir de 2010, o seu peso no valor total dos pacotes salariais tem vindo a baixar, sobretudo devido “à pressão para o controlo de custos”, lê-se no Estudo Salarial anual do Hay Group.

Todos os directores de primeira linha das empresas que responderam ao questionário da consultora têm carro de serviço. Entre os quadros superiores, 86% usam automóvel da empresa, tal como 57% dos gestores intermédios e técnicos qualificados.

No ano passado, com o corte de custos assumido como uma prioridade para as empresas, os valores comerciais e as rendas médias sobre os carros de serviços reduziram. O mesmo se passou com os plafonds de combustível atribuídos aos colaboradores, refere o Hay Group.

Além do automóvel, em Portugal, as empresas atribuem como benefícios o plano médico, seguros de vida e acidentes pessoais, telemóvel ou dias de férias extra. O mais comum é o automóvel e o menos comum é o plano de pensões.

Também a Mercer, no estudo anual que faz sobre os salários, aponta que os benefícios “continuam a ser uma das componentes mais valorizadas em Portugal, no pacote de compensação total, quando comparado com as melhores políticas seguidas pelos restantes países da Europa”.

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