Governo irlandês diz que a economia tem condições para “descolar” no próximo ano

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Michael Noonan antecipa uma revisão em baixa do crescimento do PIB irlandês em 2012 Foto: Eric Piermont/AFP

A Irlanda registou, em 2011, o maior excedente comercial da sua história, de 44.697 mil milhões de euros, mais 3% do que no ano anterior. Para o Governo de Dublin, a economia conseguiu tornar-se mais competitiva em 2011, mesmo a aplicar um plano de austeridade, e tem condições para “descolar” em 2013.

Se o desempenho da economia mundial for mais positivo do que as perspectivas actuais, o PIB irlandês poderá crescer 2% ou mesmo 6%, admitiu o ministro das Finanças, Michael Noonan.

O optimismo revelado pelo governante, em declarações citadas pela agência Bloomberg, acontece no dia em que o departamento de estatística irlandês anunciou “o excedente anual mais elevado desde que existem registos”.

No ano passado, o crescimento homólogo das exportações foi de 4%, para 92,936 mil milhões de euros, enquanto as importações aumentaram 5%, para 48,238 mil milhões de euros.

A Irlanda, que negociou em 2010 um resgate financeiro de 85 mil milhões de euros com a União Europeia e o FMI, está a apostar nas exportações como forma de resistir à crise da dívida soberana na zona euro e para arrecadar receitas fiscais que permitam ao país voltar a ir buscar financiamento aos mercados de dívida internacionais, escreve a Lusa.

Entre Dezembro e Janeiro, o excedente comercial cresceu 20%, para os 3,246 mil milhões de euros. Neste período, as exportações aumentaram 10%, para os 7,684 mil milhões de euros e as importações subiram 3%, para os 4,439 mil milhões.

Segundo Michael Noonan, as perspectivas económicas estão a melhorar porque o Governo conseguiu uma desvalorização fiscal que permitiu baixar os custos de trabalho, ao mesmo tempo que prosseguiu com a redução do défice.

De acordo com a Comissão Europeia (CE), os custos unitários de trabalho na Irlanda diminuíram 3,1% no ano passado, prevendo-se uma nova de quebra, de 1,2%, este ano.

Apesar do optimismo em relação ao desempenho económico de 2013, quando o Governo espera já ter regressado aos mercados internacionais para emitir dívida de longo prazo, 2012 será ainda um ano de incerteza.

O FMI e a Comissão Europeia apontam para uma progressão do PIB de apenas 0,5%. E o próprio ministro das Finanças já admitira que a previsão do Governo – um crescimento de 1,3% em 2012 – deverá ser revista em baixa em Abril. As metas orçamentais para este ano e o próximo mantêm-se – um défice de 8,6% e de 3%, respectivamente.

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