Governo alemão nega existência de plano de resgate para o Deutsche Bank

Jornal alemão Die Zeit tinha noticiado existência de plano para intervenção pública no banco. Nos mercados, as notícias sobre o Deutsche Bank dominam as atenções.

Foto
Angela Merkel tem no Deutsche Bank um dos riscos para a economia alemã Reuters/HANNIBAL HANSCHKE

Uma onda de declarações, informações e contra-informações sobre a situação do Deutsche Bank varreu na manhã desta quarta-feira os mercados, incluindo um desmentido do Governo alemão de que esteja a preparar um resgate, prolongando a incerteza em relação às necessidades de capital do maior banco alemão e ao papel que o Estado poderá desempenhar.

No início do dia, surgiram logo duas informações divergentes em meios de comunicação social alemães. Ao mesmo tempo que, numa entrevista ao Bild, o presidente executivo do banco, John Cryan, garantia que uma eventual ajuda estatal ao Deutsche Bank “não estava em cima da mesa”, o jornal Die Zeit noticiava, com recurso a fontes não identificadas, a existência de um plano de resgate para o banco, que poderia mesmo incluir a tomada de uma participação por parte do Estado de 25% do capital.

Algumas horas depois, o Ministério das Finanças alemão garantiu que a notícia do Die Zeit era falsa e que não está a ser preparado qualquer plano desse tipo. Ao mesmo tempo, o Deutsche Bank anunciou a venda da seguradora britânica Abbey Life, por um valor superior a mil milhões de euros.

Estas e outras notícias sobre o Deutsche Bank estão a dominar por completo as atenções dos mercados internacionais. As acções do banco em particular, que iniciaram o dia com uma forte recuperação, estão a meio do dia com um desempenho mais fraco, mas ainda em terreno positivo.

Durante o mês de Setembro, a queda das acções do banco chegou a 20%. O momento chave para esta tendência negativa dos mercados foi o anúncio da intenção das autoridades reguladoras dos Estados Unidos exigirem ao Deutsche Bank uma indemnização de 14 mil milhões de dólares pelo papel desempenhado por esta instituição financeira na crise que deflagrou em 2008.

Este potencial custo financeiro acresce às dúvidas já existentes em relação à saúde financeira do gigante alemão.

Apesar de os responsáveis do banco repetidamente negarem que possa ser necessária qualquer intervenção pública, nos mercados esta é uma dúvida que persiste, não havendo ainda certezas sobre a disponibilidade de Angela Merkel salvar uma instituição que, para muitos, “é grande demais para falir”.

Sugerir correcção
Comentar