Governo insatisfeito com problemas na operação da TAP

Trabalhadores criticam “processo de crescimento não sustentado” da companhia.

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Operação tem sido perturbada por atrasos, cancelamentos e problemas técnicos PÚBLICO/Arquivo

O secretário de Estado dos Transportes admitiu nesta quinta-feira que o Governo não está satisfeito com os problemas na operação da TAP. No briefing que se seguiu ao Conselho de Ministros, Sérgio Monteiro reiterou, no entanto, que não está em causa a segurança dos voos.

“Compreendemos a insatisfação dos utilizadores com os problemas operacionais” da companhia, afirmou. “Nós também não estamos satisfeitos”, frisou, acrescentando que foi pedido à transportadora aérea que “crie condições” para normalizar a operação.

Sérgio Monteiro veio novamente afirmar, depois de já o ter feito esta semana, que “não há nenhuma questão de segurança”, mas sim de insuficiência de recursos para fazer face à procura.

Já a comissão de trabalhadores da TAP emitiu um comunicado em que critica o “processo de crescimento não sustentado” da empresa. “Lamentamos que, quer o Governo, quer a Administração tenham ignorado os sucessivos alertas, colocando como objectivo primeiro o embelezar da empresa para a privatização, em sacrifício do regular funcionamento da sua operação, que tem vindo a ser sujeita a uma pressão tão inacreditável quanto irresponsável”, lê-se no documento.

A comissão diz ainda que “é urgente pôr cobro a esta situação, a esta ideia fixa de privatizar esta empresa a todo o custo” e que “é urgente que o poder político consiga aprender com asneiras anteriores já praticadas, e passe a fomentar o desenvolvimento da TAP como pode e é da sua responsabilidade”.

Nas últimas semanas, a TAP tem registado atrasos e cancelamentos e muitas dezenas de voos, bem como incidentes de ordem técnica. Na quarta-feira, o presidente da companhia, Fernando Pinto, viu-se obrigado a deixar uma mensagem no You Tube em que pede desculpas pelos problemas na operação, justificando-os com o atraso na entrega de seis novos aviões e na formação de tripulantes e pilotos, bem como com a subida no tráfego da transportadora aérea, que sucessivos governos tentam privatizar há mais de duas décadas.
 

  

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