Governo admite baixar preços dos transportes públicos em dias específicos

O objectivo é atrair mais utentes para os transportes públicos.

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Sindicato fala de falta de sensibilidade das novas medidas para os trabalhadores dos transportes Gonçalo Português (arquivo)

O secretário de Estado dos Transportes disse nesta segunda-feira que o Governo não vai aumentar os preços dos transportes públicos e admite baixá-los nos dias de menor procura.

"Aumentos extraordinários estão completamente postos de lado. O ajustamento, a partir daqui, será somente em função da inflação. Pode haver ajustamentos pontuais; aumentos, certamente que não. Se houver, é diminuição de preços em certos dias que mostraram que a procura é menor do que a oferta", anunciou Sérgio Silva Monteiro, explicando que se trata de uma "gestão do tarifário em função das taxas de ocupação" que tem o objectivo de atrair mais utilizadores para os transportes públicos, que têm vindo a perder passageiros nos barcos, comboios e metro.

Sérgio Silva Monteiro falava aos jornalistas no final da cerimónia de inauguração da estação ferroviária de Agualva-Cacém, em Sintra. Durante a cerimónia, disse que o Governo quer criar, até ao fim da legislatura, uma "oferta global" de transportes públicos que faça a cobertura de todo o território nacional. "Desde que somos Governo, poupámos 250 milhões de euros nas empresas públicas de transporte. Têm que ser parcialmente redistribuídos pelo resto do país, para que essa oferta possa ser real em todo o sítio e para que sejamos justos e equitativos do ponto de vista social e territorial", afirmou.

Bilhetes e passes aumentaram a partir de 2011
O actual Governo introduziu aumentos tarifários nos títulos de transporte pouco depois de iniciar o mandato. Em Agosto de 2011, foram actualizadas as tarifas dos títulos de transporte, com um aumento médio de 15% nos preços de bilhetes e passes de transporte. E em Fevereiro do ano seguinte, houve uma nova subida.

Para este ano, a actualização tarifária está ao nível da inflação esperada, sendo que o aumento médio não pode ultrapassar os 0,9%.

A quebra da procura no sector dos transportes continuou a acentuar-se no final do ano passado. O movimento nas principais travessias fluviais tem vindo a cair há dois anos e, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística, voltou a diminuir nos últimos três meses de 2012. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma descida de 11,5% no número de passageiros transportados (para 6,2 milhões, medidos pelo número de validações de bilhetes).

Nos comboios, a quebra foi de 12,2% (para perto de 32 milhões de passageiros), enquanto nos metros de Lisboa e Porto foram transportados menos 12,6% (uma baixa para 51,8 milhões de passageiros).

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