GE em conversações para comprar a fabricante dos TGV

A norte-americana General Electric (GE) está em negociações com os accionistas da Alstom para assumir o controlo da fabricante dos comboios de alta velocidade TGV.

Foto
GE quer reforçar presença no mercado europeu de fabrico de motores e sistemas para aviões e comboios AFP PHOTO/ALAIN JULIEN

Segundo a Bloomberg, o negócio poderá atingir os 13 mil milhões de dólares (aproximadamente 9400 milhões de euros), o que representaria a maior aquisição de sempre da GE. E um preço cerca de 25% acima do actual valor de mercado da empresa francesa, cujas acções têm desvalorizado progressivamente nos últimos meses.

A Bloomberg cita fontes da GE que não quiseram ser identificadas e escreve que o acordo poderá ser anunciado já na próxima semana. Com esta aquisição, a gigante norte-americana reforçaria a sua posição no mercado industrial europeu, num momento em que a economia começa a dar sinais de recuperação.

O negócio vem em linha com a estratégia que tem sido seguida pela GE, de fortalecer a sua posição no negócio de equipamentos industriais e motores para aviões e comboios, reduzindo a aposta no mercado financeiro (GE Capital). Esta tem sido a orientação seguida pelo presidente executivo da GE, Jeffrey Immelt, que estabeleceu como objectivo obter 70% dos resultados através do ramo industrial.

A Bloomberg escreve ainda que a GE irá financiar o negócio com dinheiro em caixa. Estas reservas atingiam 89.000 milhões de dólares (64.322 milhões de euros) no final do ano passado, incluindo 57.000 milhões de dólares (41.239 milhões de euros) detidos fora dos Estados Unidos.

Os rumores do negócio levaram as acções da Alstom a uma subida de 18%, a maior desde 2004. A Bouygues, o conglomerado com interesses nas área das telecomunicações, águas, energia, indústria e imobiliário é o maior accionista da Alstom e, no ano passado, teve de registar uma menos-valia de 1900 milhões de dólares (1374 milhões de euros) nas contas devido à desvalorização de 37% dos títulos.

Segundo a edição electrónica da Forbes, o líder da Bouygues, o multimilionário francês Martin Bouygues, poderá ver neste negócio com a GE a oportunidade perfeita para sair da empresa, da qual se tornou o maior accionista ao adquirir, em 2001, a posição de 21% detida pelo Estado francês.

 

Sugerir correcção
Comentar