Gaspar diz que foi Chipre a propor a taxa, mas defende a medida

Ministro das Finanças garante que medida semelhante em Portugal “está fora de questão”.

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Vítor Gaspar Daniel Rocha

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, disse nesta terça-feira perante os deputados que foram “as autoridades cipriotas” que propuseram a contribuição especial sobre os depósitos bancários, no âmbito do resgate aprovado na reunião do Eurogrupo na passada semana.

Respondendo a uma pergunta do deputado do PS Fernando Medina, o ministro defendeu a medida aplicada a Chipre, tendo em conta a necessidade de “viabilizar o sistema bancário cipriota”. “Na ausência desta medida, Chipre teria enfrentado cenários ainda piores para os depositantes”, afirmou, referindo que na segunda-feira foi “esclarecido” que os depósitos até 100 mil euros estão protegidos da taxa. 

“Em Portugal, uma medida como uma contribuição sobre os depósitos está totalmente fora de questão, o mesmo se pode afirmar para os países fora do euro”, garantiu o governante, referindo que “a solução adoptada reflecte a especificidade de Chipre”, tendo em conta os problemas no seu sistema bancário.

O ministro não respondeu directamente à pergunta de como é que Portugal votou a aplicação da medida na reunião do Eurogrupo, mas defendeu a taxa como forma de manter a estabilidade financeira. “Em termos de participação de Portugal no Eurogrupo, a nossa posição foi sempre a necessidade de preservar a estabilidade financeira e prevenir efeitos de contágio e ter uma estratégia viável e que funcione para Chipre. O desenho a aplicar e o pacote são naturalmente da iniciativa e da responsabilidade desse país”, afirmou.
 

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