Galiza também pode ganhar com autonomia do aeroporto do Porto

Foto
O autarca deu voz a uma posição pública sobre a gestão do aeroporto em conjunto com quatro associações empresariais Miguel Madeira (arquivo)

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, teve ontem um interlocutor algo especial a ouvir as suas teses. Da defesa da construção célere de uma linha de alta velocidade entre o Porto e a cidade de Vigo aos argumentos técnicos que sustentam a oportunidade de criar uma paragem, nessa linha de comboio de alta velocidade, junto o aeroporto do Porto – “um dos poucos da sua dimensão, senão o único, a ser servido por uma linha de metro”. E, já agora, as razões que o levam a defender uma gestão autónoma do Aeroporto Sá Carneiro.

Rui Rio, que é também o presidente da Junta Metropolitana, que anteontem deu a voz a uma posição pública sobre a gestão do aeroporto, em conjunto com quatro associações empresariais, esteve reunido com o alcaide de Vigo, Abel Caballero, num encontro de autarcas para “reforçar a geminação entre as cidades do Porto e de Vigo”. Ex-ministro do Turismo de Espanha, e reconhecido especialista na área dos transportes no seu país, Caballero não quis tomar posições sobre nenhuma matéria que compete às autoridades portuguesas. Mas não desmentiu Rui Rio, quando este afirmou que “o que serve os interesses da região Norte serve os interesses de Vigo e da Galiza” e, mais concretamente sobre o aeroporto, anuiu que “são muitos os galegos que vêm apanhar um avião ao Porto”.

Caballero não quis falar de concorrência entre portos e aeroportos, mas antes de cooperação, embora a concorrência exista e as infra-estruturas portuguesas até tenham conseguido manter a liderança (mais folgada no caso aeroportuário, mais renhida no caso dos portos). Essa cooperação entre “os líderes de uma região que tem 7,5 milhões de habitantes” deverá começar a ser potenciada na área do turismo e na promoção conjunta das duas regiões.

A gestão autónoma do Sá Carneiro permite potenciar ao nível económico toda a região, acredita a Junta Metropolitana, que lembra que existem interessados e propostas concretas. Ontem, o Jornal de Negócios avançava que o consórcio Sonae/Soares da Costa admite pagar mil milhões de euros para ficar com a concessão. Mas, apesar de terem pedido uma resposta célere, o mais certo é que a proposta fique sem resposta nas próximas semanas. José Sócrates e Mário Lino entraram ontem de férias e não deverão responder tão cedo.

Sugerir correcção
Comentar