Fnac aposta no franchising para se expandir em Portugal

Grupo mudou estratégia e aposta em lojas mais pequenas, como a das Amoreiras, aberta ao público esta quinta-feira, e procura novos parceiros.

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Ao contrário das lojas mais tradicionais, a das Amoreiras tem apenas 450 metros quadrados Carla Carvalho Tomás

A loja é pequena, com apenas 450 metros quadrados, mas os objectivos são bem maiores. A partir da nova unidade das Amoreiras, aberta ao público desde esta quinta-feira, a Fnac vai iniciar um novo ciclo de expansão em Portugal a partir do ano que vem, partilhando a marca e o conceito com novos parceiros, em regime de franchising. "Com esta loja, que foi um investimento próprio da Fnac, queremos mostrar o que é que este novo conceito pode representar", afirmou ao PÚBLICO Cláudia Almeida e Silva, gestora responsável pelo mercado nacional e espanhol.

Através da nova loja, que ocupa apenas cerca de 25% do espaço das lojas tradicionais, o grupo de origem francesa quer agora "crescer mais depressa" e estar em locais onde não conseguia chegar até agora com as lojas de maior dimensão.

Neste momento, há cidades como Évora e Setúbal, por exemplo, onde a Fnac não está presente. "Para estarmos mais perto de um tipo de consumidores que hoje não alcançamos, precisávamos de nos libertar um pouco do formato standard" de 2000 metros quadrados, explicou a gestora. Outra diferença é que lojas como a das Amoreiras, designadas como "lojas de proximidade", são mais leves em termos de esforço financeiro. Em média, cada unidade de 2000 metros quadrados representa um investimento de 3 a 3,5 milhões de euros, enquanto uma loja de 400 a 900 metros quadrados custa entre 400 mil e um milhão de euros.

Apesar de este se apresentar como o formato mais privilegiado para a expansão futura, a empresa não exclui franchisar qualquer outro formato, seja o de uma loja de 2000 metros quadrados ou o das novas lojas travel (as mais pequenas), como a que foi aberta no aeroporto de Lisboa em Julho deste ano. Em Espanha e França já há lojas travel em regime de franchising.

O mercado francês, onde o grupo tem 70% das suas receitas, tem sido pioneiro na expansão através de novos formatos, mas Portugal, através da unidade das Amoreiras, assume-se como o primeiro mercado internacional onde foi inaugurada uma loja de proximidade.

Além de ir para novas localidades, a ideia é reforçar também a presença em cidades onde já há lojas Fnac, como Porto e Lisboa, por exemplo. De acordo com Cláudia Almeida e Silva, a capital ainda tem potencial para mais unidades. Ao todo existem actualmente 19 lojas no mercado nacional, abertas no espaço de 15 anos. A última unidade com cerca de 2000 metros quadrados foi aberta em Leiria, em 2010.

Questionada sobre o número de novas lojas que quer ver nascer em Portugal, Cláudia Almeida e Silva afirma que o plano de negócios ainda está a ser desenhado, mas adianta que poderá ser "uma dezena".

A loja das Amoreiras, montada em quatro semanas, não consegue ter tantos produtos como as outras unidades, pelo que Cláudia Almeida e Silva fala de uma "maior selecção". A loja, diz, pretende servir quem ali trabalha e reside, e procura estar a par das novidades. Além disso, apresenta-se também como uma "loja de conveniência", com produtos como simples cabos ou capas para tablets.

Para inverter a queda de receitas, que tem afectado a empresa (e o retalho não alimentar) de forma particularmente forte desde 2011, a Fnac aposta também no seu site e em novas categorias de produtos, como os jogos e brinquedos, aliados aos "espaços júnior". Assim, tenta equilibrar a descida acentuada de produtos mais tradicionais da empresa, como discos, filmes, jogos electrónicos e livros (estes menos afectados).

Em 2012, as receitas da Fnac em Portugal foram de 279 milhões, menos 50 milhões de euros do que registou em 2008. 
 
 
 
 
 
 
 

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