FMI pede a Espanha uma “forte supervisão” dos bancos

Missão internacional adverte para os riscos do sector bancário enquanto a economia espanhola não recuperar.

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O Bankia foi resgatado pelo Estado no ano passado Susana Vera/Reuters

Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), Espanha está a cumprir os objectivos definidos no programa de resgate financeiro da banca, mas os riscos que a economia enfrenta obrigam a manter a vigilância sobre as instituições financeiras.

A recomendação é feita pela missão internacional do FMI que acompanha o plano de assistência bancária em Espanha e consta das conclusões preliminares do terceiro exame regular ao programa, divulgadas nesta segunda-feira.

Como prioridade, entende o FMI, o Governo deve manter uma monitorização “pró-activa da saúde do sector financeiro, acompanhada de uma forte supervisão” de todo o processo de reestruturação e recapitalização, que implicou a concentração e a nacionalização de caixas de aforro e de bancos (como foi o caso do grupo Bankia, que recebeu uma injecção de 22 mil milhões de euros do Estado).

Em comunicado, a instituição liderada por Christine Lagarde alerta que o sector bancário continua a enfrentar riscos elevados enquanto Espanha estiver a passar por um “processo de correcção dos desequilíbrios pré-crise”. Mas, de uma forma geral, a avaliação é positiva. A missão do FMI considera que “a implementação do pograma continua no bom caminho”, com o cumprimento de uma “grande maioria de medidas previstas no Memorando de Entendimento”.

Neste campo, o FMI inclui o reforço de capitais de uma parte do sector bancário e a transferência de activos de algumas instituições para a SAREB, a sociedade (conhecida como o “banco mau”) que reúne os activos problemáticos até estes serem convertidos em valor.

Os responsáveis pela missão do FMI vêem ainda com bons olhos o facto de o Banco de Espanha ter clarificado as regras relacionadas com a reestruturação dos bancos e as linhas de recapitalização. Mas lembra que a resolução dos problemas do sector financeiro dependerá também do quadro europeu e da resposta em curso, com a criação de uma união bancária e de supervisão reforçada.

O FMI considera, ao mesmo tempo, que Espanha tem beneficiado de uma estabilização dos mercados financeiros nos últimos meses, leitura partilhada com o Banco Central Europeu, cujo presidente, Mario Draghi, veio nesta segunda-feira prever até ao final do ano uma estabilização da economia da zona euro, que, segundo a Comissão Europeia, cairá este ano 0,4%. Para Espanha, Bruxelas aponta para uma contracção da economia de 1,5%, seguida de uma recuperação em 2014, com um crescimento de 0,9%
 

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