FMI garante que corte de 4700 milhões na despesa já estava previsto

Abebe Selassie esclarece montante da poupança inscrita no relatório da sétima avaliação da troika.

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Selassie viu-se obrigado a esclarecer as contas referidas no último relatório do FMI sobre Portugal Enric Vives-Rubio

O Fundo Monetário Internacional (FMI) veio esclarecer nesta sexta-feira que os cortes de 4700 milhões de euros a pôr em prática pelo Governo português até ao próximo ano – valor inscrito na revisão do programa de ajustamento da troika – já incluem poupanças em execução.

Numa nota emitida a partir de Washington, o representante do FMI na missão da troika, Abebe Selassie, enfatiza que a meta referida no relatório divulgado ontem “não pode ser comparada” com o montante que resulta da “lista anterior das medidas” anunciadas pelo primeiro-ministro.

O motivo que suscitou o esclarecimento do FMI tem a ver com uma diferença de valores e de calendário, referido na imprensa portuguesa esta sexta-feira, entre o montante inscrito na carta que Pedro Passos Coelho enviou à troika no início de Maio e o valor agora inscrito no Memorando de Entendimento que resulta da sétima avaliação da missão externa.

No entanto, tal como o PÚBLICO avança na edição desta sexta-feira, na poupança de 4700 milhões de euros está incluído um programa referente à diminuição de pessoal ao serviço do Estado, que, por já estar em execução, não conta para as poupanças a pôr em prática.

Com isto, o valor dos cortes a realizar até ao final de 2014 mantém-se na ordem do valor referido na missiva do primeiro-ministro à troika, acima dos 4300 milhões de euros.

Os cortes prometidos pelo executivo passam por reduções de despesa com trabalhadores do Estado e com pensões em cerca de 3550 milhões de euros. A este montante, que representa a principal fatia onde o Governo conta conseguir poupanças, somam-se 850 milhões nos chamados consumos intermédios dos ministérios.
 

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