Falência técnica da TAP agrava-se no primeiro semestre

Capitais próprios do grupo estão negativos em 530 milhões de euros, revela relatório da Parpública.

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Pedro Cunha

A falência técnica da TAP agravou-se no primeiro semestre, estando os capitais próprios (a diferença entre activo e passivo, que deveriam estar equilibrados) negativos em 530 milhões de euros, refere o relatório divulgado nesta sexta-feira pela Parpública, a holding que gere as participações do Estado em empresas.

Recorde-se que, no final de 2012, o valor rondava os 400 milhões de euros e o agravamento deste indicador foi um dos argumentos usados para o lançamento da privatização da empresa, que acabou por fracassar nessa altura, com a rejeição da oferta feita pelo único candidato (Germán Efromovich).

O facto de a TAP estar descapitalizada, necessitando de um investidor privado que injecte dinheiro fresco porque o Estado está impedido de o fazer, é uma das razões para se defender a venda do grupo. A segunda ronda da privatização não foi lançada até agora, estando o modelo ainda em estudo.

No relatório, a Parpública refere ainda que a TAP (que inclui o negócio da aviação, mas também outras subsidiárias como a deficitária empresa de manutenção no Brasil) encerrou o primeiro semestre de 2013 com prejuízos de 136,6 milhões de euros. O grupo liderado por Fernando Pinto comunicou esta semana que 112 milhões das perdas dizem respeito ao segmento da aviação.

A holding que gere as participações empresariais do Estado refere ainda que, em relação ao negócio no Brasil, há “sinais positivos”, nomeadamente “um aumento da taxa de utilização da capacidade produtiva”. Esta empresa de manutenção tem sido sempre deficitária desde que foi adquirida pela TAP, em 2005, e acumula elevadas contingências relacionadas com processos laborais e fiscais. Foi, aliás, este um dos factores que levou ao desinteresse de alguns investidores na venda do grupo, como aconteceu com a British Airways.

Relativamente à dívida, o relatório da Parpública explica que se situou em 1305 milhões de euros na primeira metade do ano, fazendo referência ao empréstimo de 100 milhões de euros que concedeu à TAP, quando a privatização estava em marcha e o grupo liderado por Fernando Pinto não podia aceder à banca.

Os resultados do grupo TAP contribuíram decisivamente para os prejuízos que o própria Parpública registou no primeiro semestre, num total de 75,8 milhões de euros.

 

 

 
 

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