Executivos de topo no Canadá ganham 171 vezes mais do que os trabalhadores

Quando for hora de almoço nesta quinta-feira, os executivos mais bem pagos daquele país já ganharam o equivalente ao salário médio anual de um trabalhador

Quando forem 13h11 horas, os 100 presidentes executivos mais bem pagos do Canadá já terão ganho o equivalente ao salário médio anual de um trabalhador. Um estudo do think tank CCPA (Canadian Centre for Policy Alternatives) adianta que, no ano passado, o ordenado médio anual de quem trabalhou a tempo inteiro foi de 46.634 dólares canadianos (cerca de 31.954 euros ao câmbio actual). Na mesma altura, os 100 presidentes executivos (CEO) das principais empresas cotadas na bolsa de Toronto receberam num ano, em média, 7,96 milhões de dólares canadianos (5,45 milhões de euros).

“O salário médio anual no Canadá aumentou 6% entre 1998 e 2012, enquanto a compensação média dos CEO mais bem pagos cresceu 73% no mesmo período. A realidade foi mais dura para os canadianos a receber o salário mínimo: quem trabalhou 40 horas semanais levou para casa, em média, 20.989 dólares em 2012”, lê-se no estudo, divulgado no site oficial do CCPA.

Hugh Mackenzie, autor do documento, sublinha que a retribuição total dos CEO — inclui o salário base, bónus, acções, benefícios ou fundos de pensões — é 171 vezes mais alto do que o ordenado médio praticado no Canadá. Em 1998, era 105 vezes mais elevado. “Nos últimos cinco anos, os pacotes salariais dos presidentes executivos estiveram sob intenso escrutínio e pressão por parte dos accionistas, dos media, da opinião pública e dos políticos”, diz o economista.

E. Hunter Harrison, 69 anos, CEO da Canadian Pacific Railway, é o mais bem pago da lista e está a longa distância do segundo “classificado”. Por ano recebe 49,1 milhões de dólares canadianos. James C. Smith, presidente executivo da Thomson Reuters, auferiu 18,8 milhões de euros em 2012.

Em Portugal, e pelas contas anteriores do PÚBLICO, os presidentes das 20 cotadas do PSI-20 ganharam em 2011, em média, 44 vezes mais do que os trabalhadores. Em 2010, esse diferencial tinha sido de 37 vezes. Em 2011, as remunerações dos líderes destas 20 empresas aumentaram 5,3%, para 17,6 milhões de euros. Já a média salarial dos trabalhadores caiu quase 11%.

O ano passado, os CEO das cotadas receberam 13,5 milhões de euros.

 

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