Eurogrupo assume que Portugal vai optar por saída limpa do resgate
Países da moeda única entendem que a opção por programa cautelar não se justifica, dadas as condições atractivas dos mercados.
Os países da zona já têm praticamente assumido que Portugal vai optar por uma saída limpa do programa de resgate económico e financeiro porque consideram que as condições de financiamento nos mercados são particularmente favoráveis neste momento.
Um alto quadro do Eurogrupo (que integra os países da moeda única) considerou esta sexta-feira que a dispensa de um programa cautelar é a solução mais adequada nas condições actuais, isto porque Portugal não tiraria daí mais-valias assinaláveis e, por outro lado, dispensaria o condicionalismo de políticas que estaria associado a uma linha específica dos credores internacionais.
A opção por um programa cautelar seria opção se as taxas de juro no mercados financeiros estivessem muito acima das que Portugal obteria recorrendo a essa linha de financiamento, Mas, neste momento, não é isso que se verifica. Na quarta-feira passada, aliás, Portugal fez a primeira emissão de dívida de longo prazo sem apoio de um sindicato bancário desde o resgate financeiro e colocou 750 milhões de euros em obrigações do Tesouro com uma taxa de juro de 3,575% e com a procura a exceder em 3,5 vezes o montante máximo da oferta.
O alto quadro da estrutura que coordena as políticas dos 18 membros da moeda única refere que "os tempos são bons para o refinanciamento" porque se vive um clima de optimismo nos mercados financeiros e, por isso, entende que Portugal deve tirar partido dessas condições "favoráveis".
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, referiu esta semana que a forma como Portugal irá sair do programa de ajustamento económico e financeiro será decidida antes da próxima reunião do Eurogrupo, que está marcada para o próximo dia 5 de Maio (uma segunda-feira). Como o PÚBLICO avançou, a reunião ordinária do Conselho de Ministros da próxima semana foi antecipada para segunda-feira, porque na quinta-feira assinala-se o 1º de Maio e o Governo tem que apreciar e aprovar o Documento de Estratégia Orçamento para o entregar na Assembleia da República até 30 de Abril.
É provável que se realize um Conselho de Ministros extraordinário no próximo fim-de-semana, entre sexta-feira e domingo, de forma a que o Governo tenha a opção de saída do resgate formalizada para a comunicar aos parceiros da zona euro.