Eurogrupo assume que Portugal vai optar por saída limpa do resgate

Países da moeda única entendem que a opção por programa cautelar não se justifica, dadas as condições atractivas dos mercados.

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A taxa de refinanciamento do BCE fixa os custos a que o banco central concede dinheiro à banca europeia Foto: Ralph Orlowski/Reuters

Os países da zona já têm praticamente assumido que Portugal vai optar por uma saída limpa do programa de resgate económico e financeiro porque consideram que as condições de financiamento nos mercados são particularmente favoráveis neste momento.

Um alto quadro do Eurogrupo (que integra os países da moeda única) considerou esta sexta-feira que a dispensa de um programa cautelar é a solução mais adequada nas condições actuais, isto porque Portugal não tiraria daí mais-valias assinaláveis e, por outro lado, dispensaria o condicionalismo de políticas que estaria associado a uma linha específica dos credores internacionais.

A opção por um programa cautelar seria opção se as taxas de juro no mercados financeiros estivessem muito acima das que Portugal obteria recorrendo a essa linha de financiamento, Mas, neste momento, não é isso que se verifica. Na quarta-feira passada, aliás, Portugal fez a primeira emissão de dívida de longo prazo sem apoio de um sindicato bancário desde o resgate financeiro e colocou 750 milhões de euros em obrigações do Tesouro com uma taxa de juro de 3,575% e com a procura a exceder em 3,5 vezes o montante máximo da oferta.

O alto quadro da estrutura que coordena as políticas dos 18 membros da moeda única refere que "os tempos são bons para o refinanciamento" porque se vive um clima de optimismo nos mercados financeiros e, por isso, entende que Portugal deve tirar partido dessas condições "favoráveis".

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, referiu esta semana que a forma como Portugal irá sair do programa de ajustamento económico e financeiro será decidida antes da próxima reunião do Eurogrupo, que está marcada para o próximo dia 5 de Maio (uma segunda-feira). Como o PÚBLICO avançou, a reunião ordinária do Conselho de Ministros da próxima semana foi antecipada para segunda-feira, porque na quinta-feira assinala-se o 1º de Maio e o Governo tem que apreciar e aprovar o Documento de Estratégia Orçamento para o entregar na Assembleia da República até 30 de Abril.

É provável que se realize um Conselho de Ministros extraordinário no próximo fim-de-semana, entre sexta-feira e domingo, de forma a que o Governo tenha a opção de saída do resgate formalizada para a comunicar aos parceiros da zona euro.

 

 

 

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