Estudo sugere venda de marcas brancas de gás de botija em grandes superfícies

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Estudo comparativo mostra que preços do gás desceream 25% na Europa, mas Portugal não acompanhou a tendência

Um estudo da Entidade Nacional do Mercado de Combustíveis aconselhou nesta quarta-feira a comercialização de marcas brancas de gás de botija em postos de venda, como as grandes superfícies, à semelhança do que acontece em França.

Uma das sugestões do trabalho, entregue na Assembleia da República, é "promover e facilitar a comercialização de marcas brancas nos diversos postos de venda, por exemplo, a sua venda nas grandes superfícies do retalho, à semelhança de outros países como a França".

Na sequência de uma das conclusões do estudo, o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva disse hoje que "o Governo vai avançar para a definição de preços de referência", referindo que a intenção não é "fixar preços", mas "habilitar o consumidor a um preço de referência para que saiba qual o preço que deveria ser praticado".

A entidade também defende uma maior monitorização e acompanhamento do mercado para que ganhos de eficiência, como logísticos ou redução de preço internacional, cheguem ao consumidor final, tal como a revisão da Lei de Bases do Sistema Petrolífero Nacional, de forma a promover maior acesso às infraestruturas existentes, para se obter "maior concorrência num mercado muito concentrado".

No estudo é referido que o consumo de gás de botijas caiu 24% desde 2008 e apresenta um preço mínimo superior em 50% ao valor do gás natural, o seu principal concorrente.

Por outro lado, os preços praticados em Portugal não reflectiram a "grande queda" do valor do gás registada desde Dezembro de 2013, de 25%, no mercado internacional, o que os responsáveis pelo estudo não conseguem explicar com a informação disponível.

Na "Análise do mercado de propano e butano engarrafado e sua aproximação aos preços do gás natural" é apontado que os dados "não são conducentes à determinação de um padrão de preços", mas foi encontrada uma grande variação "sem uma razão aparente, mas dentro de um intervalo limitado, com um preço mínimo quase balizado".

Os preços do gás em garrafa são mais elevados no zona sul, nomeadamente no Alentejo, e mais baixos nas zonas de fronteira, enquanto nas regiões de Lisboa e Porto se verifica uma "grande amplitude" de montantes pagos.

Os valores praticados em Espanha são mais baixos, mas a entidade salienta que existe um sistema de fixação administrativa de preços para as botijas de oito a 20 quilogramas, sendo 17,5 euros por botija de 12,5 quilogramas, menos dois euros do que deveria ser.

Esta situação está provocar "um défice tarifário já reconhecido em cerca de 50 milhões de euros no final do 1.º trimestre de 2014".

França, tal como Portugal, tem um regime liberalizado e os preços divulgados têm mínimos de 20,5 euros, nos hipermercados Carrefour, e 27,7 em locais de venda fora dos grandes centros.

 

 

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