A Parpública concluiu nesta quinta-feira a saída definitiva do Estado do capital social da EDP, com a venda da fatia de 4,144% que ainda detinha na empresa por 356,1 milhões de euros. A holding do Estado conseguiu 2,35 euros por acção, abaixo dos 2,42 euros com que a EDP encerrou a sessão de quarta-feira no PSI20.

A negociação das acções da EDP em bolsa foi suspensa às 8h da manhã, hora em que foi anunciado o início do processo de venda da participação da Parpública à CMVM. As acções voltaram a ser negociadas às 14h, no seguimento da apresentação dos resultados da venda. Por volta das 14h19, as acções da EDP desvalorizavam 2,23%, para os 2,368 euros.

A venda dos cerca de 151 milhões de acções da empresa está integrada na sétima fase de privatização da EDP. Esta operação foi aprovada pelo Governo a 12 de Novembro de 2012. De acordo com o comunicado enviado pela Parpública à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na tarde desta quinta-feira, a liquidação da oferta será feita dia 19 de Fevereiro.

A oferta das acções esteve dirigida “em exclusivo a investidores institucionais” com o apoio do banco de investimentos da CGD e da Morgan Stanley, que agem como joint bookrunners da oferta da participação da Parpública.

Estes 151 milhões de acções vendidas nesta quinta-feira são obrigações permutáveis emitidas em 2007 pela Parpública como garantia de um empréstimo obrigacionista para a EDP de 1015 milhões de euros, que terminava em 2014, escreve a Lusa. Ainda segundo a agência de notícias, o contrato deste empréstimo dava o direito aos credores de receberem o reembolso em Dezembro de 2012 com um valor de máximo de 6,7 euros por acção.

O reembolso de Dezembro da Parpública foi de 1015 milhões de euros, mais do que o triplo dos 356,1 milhões de euros que a holding do Estado conseguiu com a venda desta quinta-feira. Considerando o reembolso pago aos credores em Dezembro de 2012, a Parpública registou uma perda à volta de 658 milhões de euros com a venda dos 4,144% da EDP.

Com a saída da Parpública, a Senfora, do IPIC, pertencente ao Emirado de Abu Dhabi, passará a ser o quinto maior accionista.  

Em Dezembro de 2011, a China Three Gorges comprou 21,35% do capital da EDP por 2700 milhões de euros, tornando-se assim na principal accionista da antiga empresa pública.

A China Three Gorges defendera sempre que queria adquirir a última fatia da participação do Estado na EDP. Mas o valor oferecido pelos 4,144% não conseguiu convencer a Parpública. Em Dezembro de 2012, a empresa chinesa anunciou que desistira da compra da participação do Estado na EDP.