ESFG ameaça contestar a venda da Tranquilidade se não receber dinheiro do negócio

Zurich terá oferecido valor mais elevado do que a Apollo.

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Venda da seguradora gera polémica. PÚBLICO/Arquivo

A Espírito Santo Financial Group (ESFG), que se encontra em processo de protecção de credores, ameaça impugnar a venda da Tranquilidade se não receber a receita gerada pelo negócio.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a ESFG, sociedade do universo Espírito Santo, reclama que a Tranquilidade é detida pela sua subsidiária Partran.

A posição da ESFG surge depois da venda da seguradora aos norte-americanos da Apollo, realizada pelo Novo Banco, instituição que resultou da cisão do BES em dois (banco tóxico e Novo Banco).

O Novo Banco reclama a posse das acções no âmbito de “um penhor financeiro” de uma operação de financiamento à ESFG, reclamando, por essa razão, a posse da receita gerada pela venda.

"Em reacção a várias comunicações relacionadas com a Companhia de Seguros Tranquilidade SA ("Tranquilidade"), a ESFG considera mais uma vez que a dona da Tranquilidade é a sua subsidiária Partran, apesar das alegações feitas pelo Novo Banco que a ESFG considera improcedente do ponto de vista legal", refere o comunicado enviado nesta quinta-feira à CMVM.

"A ESFG espera que a sua subsidiária Partran receba o produto da venda [da Tranquilidade] que será pago pelo fundo de investimento Apollo Global Management ("Apollo")", refere o texto, acrescentando que "se este não for o caso, a ESFG vai considerar todas as possibilidades de forma a proteger seus direitos legais e os da sua subsidiária Partran nos tribunais".

A ESFG expressa ainda "o seu desapontamento relativo à falha do Novo Banco em responder à carta da seguradora suíça Zurich Insurance Group”, referindo que "na carta enviada ao Novo Banco e ao Instituto de Seguros de Portugal, a Zurich Insurance Group não só expressou o seu interesse na compra da Tranquilidade, no âmbito de uma transacção entre profissionais da indústria dos seguros, como anunciou também, por escrito, a sua intenção de oferecer um preço mais atractivo do que o sugerido pela Apollo".

A imprensa tem noticiado que a venda da Tranquilidade à Apollo significou o pagamento de 50 milhões de euros, acrescendo ainda 150 milhões que serão usados para capitalizar a seguradora.

 

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