Empresas públicas com prejuízos de 431 milhões de euros até Junho

Ainda assim, este resultado representada uma melhoria de 30% em relação a igual período do ano anterior.

Foto
Sector das Empresas Financeiras distinguiu-se como o sector com maior crescimento do resultado líquido. Paulo Pimenta

As empresas públicas registaram prejuízos de 431 milhões de euros no primeiro semestre, valor inferior ao objectivo previsto nos seus orçamentos em cerca de 312 milhões de euros, mas uma melhoria de 30% face ao mesmo período de 2014.

De acordo com o boletim informativo do sector empresarial do Estado relativo ao segundo trimestre deste ano, publicado pela Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Sector Público do Estado (UTAM), "o resultado líquido das empresas públicas no primeiro semestre de 2015 foi de -431 milhões de euros, valor inferior ao objectivo expresso nos orçamentos das empresas em cerca de 312 milhões de euros".

No entanto, este resultado "representa uma melhoria de 30% face ao mesmo período de 2014, cerca de 186 milhões de euros", adianta a UTAM, no relatório publicado na sua página electrónica.

As previsões dos orçamentos das empresas públicas previam resultados líquidos de 120 milhões de euros, pelo que os dados agora divulgados representam um desvio de 260% relativamente ao objectivo anteriormente delineado.

"Quanto ao desvio de previsão face aos orçamentos das empresas, o resultado líquido do sector da Administração Pública superou a previsão em cerca de 17 milhões de euros", refere a UTAM, acrescentando que "este sector evidenciou também o segundo maior crescimento do resultado líquido face ao registado um ano antes, cerca de 36 milhões de euros".

Já o sector da saúde registou o maior desvio de previsão negativo, cerca de -283 milhões de euros.

"O resultado líquido deste sector no primeiro semestre de 2015 representa ainda um decréscimo de 14 milhões de euros face ao valor registado no mesmo período do ano passado", enquanto o sector das Empresas Financeiras "apresenta o segundo maior desvio de previsão negativo, próximo dos -54 milhões de euros".

A UTAM refere que, no entanto, o sector das Empresas Financeiras distinguiu-se como o sector com maior crescimento do resultado líquido face ao período homólogo, aproximadamente 103 milhões de euros".

Relativamente à TAP, a UTAM refere que a quebra do resultado líquido, "no montante de cerca de 45 milhões de euros, espelha essencialmente a evolução desfavorável do seu resultado operacional".

Apesar da quebra de 60 milhões de euros do resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA), o resultado operacional "apenas diminuiu cerca de 41 milhões de euros face ao período homólogo, devido ao impacto positivo da reversão de amortizações e imparidades por força da extensão da vida útil dos activos da empresa".

O endividamento do Sector Empresarial do Estado (SEE) ascendeu a 31 mil milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, "valor inferior ao objectivo expresso nos orçamentos das empresas em cerca de 25 milhões de euros", refere a UTAM.

"Relativamente ao final de 2014, o nível de endividamento no primeiro semestre de 2015 registou uma diminuição de 3%, na ordem dos 927 milhões de euros", adianta.

Os maiores desvios de previsão face aos orçamentos das empresas verificaram-se nos sectores das Gestoras de Património e das Empresas Financeiras, cujo endividamento foi inferior ao previsto em cerca de 547 e 230 milhões de euros, respectivamente.

"Por outro lado, o sector dos transportes e armazenagem ultrapassou o endividamento previsto nos orçamentos das empresas em aproximadamente 939 milhões de euros", apontou.

"No que respeita à evolução, face ao final de 2014, contribuiu maioritariamente o sector dos Transportes e armazenagem, com uma diminuição de aproximadamente 545 milhões de euros", acrescentou, referindo que "apenas o sector da comunicação registou um aumento do endividamento, na ordem dos 4,9 milhões de euros".

Sugerir correcção
Ler 1 comentários