Empresas públicas ajudadas pelo Estado

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Transportes com a maioria dos contratos especulativos Pedro Cunha

No espaço de um ano, as empresas públicas reduziram o endividamento em 2800 milhões de euros. E, desde que o programa do troika teve início, a desalavancagem chegou a mais de 5300 milhões de euros. Desde o início que o Governo tinha como meta, imposta precisamente pela troika, o lançamento de uma estratégia para reduzir o passivo do sector empresarial do Estado, mas esse objectivo só começou a ganhar verdadeiramente forma em 2014.

Depois de no ano anterior ter havido medidas semelhantes na Metro de Lisboa e na Estradas de Portugal, por exemplo, em 2014 começou uma reestruturação financeira profunda das transportadoras públicas, com o Estado a substituir-se à banca na CP, Carris e STCP. No fundo, o Tesouro amortizou crédito junto da banca e passou a financiar estas empresas, a condições mais vantajosas.

Ou seja, parte da desalavancagem acaba por ser artificial, já que apesar de aliviarem o peso das instituições financeiras na estrutura de passivo, as empresas, sobretudo no sector dos transportes, continuam a dever muito dinheiro. Este plano vai continuar este ano, estando previsto, no Orçamento do Estado, um montante que ultrapassa os 6000 milhões, em empréstimos, mas também através de dotações de capital.

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