Empresas de construção prevêem queda de 35,8% nos investimentos este ano

Construção deve continuar a ser o sector com o maior recuo nos investimentos. A seguir está a restauração. As perspectivas das empresas são negativas, mas menos do que em 2012.

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Os investimentos no sector da construção terão recuado de 44,8% em 2012 Miguel Manso

As empresas portuguesas estão a contar com mais um ano de queda nos investimentos, de novo com a construção à cabeça, a recuar 35,8%. As expectativas são de uma descida menos acentuada do que em 2012, mas continua a haver áreas de actividade onde o recuo deverá voltar a rondar os dois dígitos.

De acordo com o inquérito de conjuntura ao investimento divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, as empresas prevêem uma redução nominal do investimento empresarial de 4,2%.

Os dados, recolhidos entre o início de Outubro e a semana passada, apontam para uma forte descida do investimento no ano passado (uma quebra de 26,4% de formação bruta de capital fixo). Os resultados para 2013 sugerem uma evolução negativa menos acentuada em relação ao último ano, mas a curva do indicador do investimento (que mede a realização de investimento ou a intenção de investir) continua a cair.

Isso mesmo é visível na maioria dos segmentos de actividade – da construção ao alojamento e restauração, passando pelas actividades financeiras, pelas indústrias extractivas, pelo imobiliário ou pelo comércio e a reparação de automóveis. Em nove das 13 secções consideradas no inquérito pelo INE, as empresas prevêem uma queda do investimento. Só escapam os segmentos da electricidade e do gás, da captação de água e saneamento e das actividades administrativas e serviços de apoio.

A construção deverá continuar a ser o sector com a redução de investimento mais drástica. Depois de um recuo de 44,8%, as perspectivas são de uma quebra de 35,8%. Segue-se o alojamento e a restauração, com uma diminuição próxima dos 25%, e depois surgem as actividades financeiras e de seguros, com uma quebra de 16,2%.

As indústrias transformadoras são, contudo, o segmento que mais influencia a variação do investimento. Foi assim em 2012 e o mesmo deverá repetir-se este ano, com menos investimento nas indústrias alimentares, de bebidas e de tabaco, nas empresas de têxtil e vestuário, nas empresas de produtos farmacêuticos ou nas empresas de fabrico de equipamentos informáticos.

Quando fazem investimentos, o grosso do capital vai para equipamentos, seguindo-se a construção e o material de transporte. Só no primeiro caso é que se prevê um aumento de investimentos em 2013 (de 1,2%), contra uma forte contracção, de 17,5%, no material de transporte e de 1,2% na construção. Da mesma forma, o investimento das empresas na criação de postos de trabalho deverá ser ainda menor, com um saldo negativo de 13,6%.
 
 
 
 

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