Voos realizados pela TAP ultrapassam ligeiramente 70% dos previstos

Houve 148 voos realizados e 62 cancelados.

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Daniel Rocha

A TAP realizou até às 12h30 desta segunda-feira ligeiramente mais de 70% dos voos programados, num total de 148 realizados, contra 62 cancelados, no quarto dia de greve dos pilotos, disse à Lusa uma fonte da transportadora aérea portuguesa.

"Foram realizados 148 voos e 62 foram cancelados, o que é ligeiramente superior aos 70% de ontem", adiantou a porta-voz da TAP Carina Correia, sobre a greve de dez dias convocada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).

Hoje de manhã, a mesma fonte tinha previsto a realização de 70% dos cerca de 300 voos programados para o dia, mantendo "aquilo que tem vindo a acontecer nos dias anteriores".

Questionada sobre as críticas da Associação Empresarial de Portugal (AEP) de que o grupo TAP "optou por subalternizar o centro operacional que ainda tem no Porto, na tentativa de mitigar os efeitos da paralisação em Lisboa", Carina Correia disse que "não se trata disso" e explicou a situação.

Por um lado, argumentou, o hub da TAP é de facto em Lisboa, o que significa "mais soluções, mais voos para mais destinos e logo um escoamento mais fácil dos passageiros do que no Porto", por outro, "o Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos que ficaram aquém das necessidades do Porto".

Carina Correia considera que "devia haver mais serviços mínimos no Porto", mas de qualquer forma adianta que a companhia aérea já está a resolver a situação, tendo já esta noite transportado passageiros por via terrestre do Porto para Lisboa, de forma a reencaminhá-los a partir de Lisboa.

Num comunicado assinado pelo presidente da AEP, Paulo Nunes de Almeida, a associação lamentou no domingo que as regiões Norte e Centro estão a ser as mais prejudicadas pela greve convocada pelo SPAC para a TAP e pediu ao conselho de administração da TAP "especial atenção para a difícil situação em que se encontram centenas de clientes seus que optaram por entrar ou sair do país a partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro", pelo que "urge a adopção de medidas excepcionais, para que os serviços e as respostas disponibilizadas aos passageiros em Lisboa também o sejam no Porto".

No domingo, a TAP realizou (até às 19h00) 70% dos 272 voos programados, o que equivale a 189, tendo sido cancelados 83, a maioria dos quais da Portugália, revelou um porta-voz da empresa.

Os pilotos da TAP cumprem hoje o quarto de dez dias de greve, por considerarem que o Governo não está a cumprir dois acordos, assinados em 1999 e em Dezembro de 2014.

O primeiro conferia aos pilotos uma participação de até 20% da TAP em caso de privatização, em troca de actualização dos salários, mas o Governo diz actualmente que a pretensão não tem qualquer validade, remetendo para um parecer do conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República, que dá aquela pretensão como prescrita.

O segundo acordo juntou nove sindicatos, em Dezembro passado, mas o SPAC diz que o Governo não pretende cumpri-lo, o que é manifesto pelo facto de não ter incluído sanções ao incumprimento no caderno de encargos da privatização. Neste ponto, o mais polémico é a reposição das diuturnidades (subsídio de senioridade), congeladas sucessivamente desde o Orçamento de Estado para 2011.

O primeiro dia de greve ficou marcado ainda por uma reunião do Governo com o presidente da TAP, Fernando Pinto. No final da reunião, o ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou aos jornalistas que já não havia "nada para negociar" com os pilotos.

Nos dez dias de greve, deverão ser afectados cerca de 3000 voos e 300 mil passageiros.

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