A ERB -- Energias Renováveis do Brasil, detida pela Rioforte, inaugurou uma unidade produtora de energia renovável no Brasil que diz ser "única a nível mundial", num investimento de 83 milhões de euros responsável por 1300 empregos.

Desenvolvido em parceria pela ERB e pela Dow Brasil, o projecto consiste numa unidade de cogeração de vapor e energia gerados a partir de biomassa de eucalipto, referem os promotores em comunicado.

Descrito como "pioneiro no sector petroquímico", trata-se do primeiro projecto da ERB a entrar em funcionamento no Brasil e abastecerá com energia limpa a maior unidade da Dow naquele país, localizada em Candeias (Estado da Bahia), substituindo parte do gás natural utilizado actualmente pelo complexo fabril.

"Com o projecto, a Dow substituirá 150 mil metros cúbicos diários de gás natural", adiantam os promotores, esclarecendo que a nova unidade tem capacidade para produção anual de 1,08 milhões de toneladas de vapor industrial e de 108 mil MWh de energia eléctrica.

Anualmente, serão substituídos 83 milhões de metros cúbicos de gás natural, estimando-se que deixem de ser lançadas na atmosfera 169 mil toneladas de dióxido de carbono (menos 33%), com consequente redução das emissões de gases de efeito estufa.

Implicando um investimento na ordem dos 83 milhões de euros (265 milhões de reais), o projecto será responsável pela criação de 1300 empregos directos e de 3.400 indirectos nas áreas industrial e florestal.

O contrato assinado entre ERB e a Dow prevê o fornecimento de vapor e energia ao longo de 18 anos, com recurso a biomassa de eucalipto de reflorestamento, num total de 10,4 mil hectares de madeira originária de fazendas próprias da ERB e de parcerias que a empresa estabeleceu com produtores rurais de municípios do litoral norte da Bahia.

O projecto permitirá ainda a cogeração de 12 MW de energia (suficiente para as necessidades de consumo mensal de 56 mil casas), que será comercializada através da rede eléctrica da Bahia.

Paralelamente, a ERB diz estar a desenvolver um projecto sócio-ambiental destinado às comunidades rurais localizadas nas mediações da área envolvente.

A ERB foi fundada em 2010 pelos empresários Emílio Rietmann e Paulo Vasconcellos, com mais de 90% do capital aportado em parceria pela Rioforte, do Grupo Espírito Santo (GES), e pelo Fundo de Infra-estruturas do FGTS (Caixa Económica Federal) , mas actualmente a sua estrutura accionista inclui vários outros investidores institucionais, entre os quais o BNDES (Brasil) e a DEG (subsidiária do Banco de Fomento Alemão KfW e parceira da Rioforte noutros empreendimentos).

Para o presidente da comissão executiva da Rioforte, João Pena, "a inauguração desta primeira unidade produtora de energia 100% verde é um passo decisivo para a afirmação da ERB" que, "em poucos anos, passou de uma pequena startup para uma empresa única a nível mundial, com uma forte carteira de projectos em curso no Brasil e que possui todas as condições para uma cotação em bolsa a breve prazo " .

A Rioforte é uma sociedade de investimentos do Grupo Espírito Santo com activos não financeiros distribuídos por Portugal, Espanha, Brasil, Paraguai, Angola e Moçambique, entre outros países, nos sectores imobiliário, energia, turismo, saúde e agro-pecuária.

Fundada em 2008, a ERB -- Energias Renováveis do Brasil -- assume-se como uma referência na geração de energia de biomassa, projectando, construindo e operando plantas de cogeração de energia (vapor e electricidade) e garantindo, através da produção própria de biomassa, segurança no abastecimento e redução nos custos de energia e nas emissões de carbono.