Seguradora de crédito alerta para aumento do risco nas exportações para a Rússia

Sanções da Europa e Estados Unidos agravam desaceleração do crescimento da economia russa.

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Importação de alimentos pela Rússia pode desacelar. Paulo Pimenta

A Crédito y Caución, empresa especialista em seguros de crédito, alertou esta quinta-feira que “as empresas que exportam para a Rússia podem experimentar um aumento nos atrasos dos pagamentos, bem como nos não pagamentos”.

Este aumento de risco fica a dever-se, segundo a seguradora espanhola, a uma desaceleração do crescimento da economia russa, considerando “provável que a situação se deteriore ainda mais”, como resultado das sanções que lhe foram impostas recentemente pela União Europeia e Estados.

No seu último relatório geral, e não específico para Portugal, a empresa “observa já um impacto em todos os sectores russos, perceptível na diminuição da procura interna”, a que acresce “uma taxa de câmbio mais fraca, uma subida da inflação, um acesso limitado ao financiamento e à saída internacional de capitais”.

Nem todos os sectores serão afectados de igual forma, refere a Crédito y Caución, adiantando que as sanções impostas à Rússia nas importações de alimentos e produtos agrícolas afectarão especialmente o sector da alimentação, em particular os subsectores do peixe, da carne e dos lacticínios, com um impacto negativo em toda a cadeia de valor.

“Os sectores que dependem da procura dos consumidores, como os bens de consumo duráveis e o sector da electrónica de consumo, sofrerão uma desaceleração”, refere a empresa em nota à Imprensa.

A seguradora destaca também o efeito resultante das previsíveis sanções financeiras, a aplicar pelos Estados Unidos e Europa a empresas russas, que dependam dos referidos financiamentos.

"As indústrias petrolíferas e do gás continuam a alcançar bons resultados graças aos elevados preços dos produtos básicos. Contudo os outros sectores estratégicos, como a metalurgia e a mineração estão a sofrer, e podem não ser capazes de refinanciar as suas elevadas dívidas”, refere a companhia, acrescentando que “ainda que o governo russo se encontra disposto a proporcionar apoio financeiro, as suas reservas, embora abundantes, são limitadas”.

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