Emigrantes com dificuldade em conseguir viagens na Venezuela

Problemas no pagamento das viagens levam companhias a reduzir operações.

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Relançamento da privatização acordada com a troika ainda sem data Público

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse este domingo esperar uma solução rápida no problema das viagens aéreas da Venezuela, salientando que esta é uma questão entre aquele país e as companhias aéreas. Muitos emigrantes portugueses têm-se queixado das dificuldades que enfrentam para sair do país.

"É uma problemática que conhecemos há algum tempo e que espero que venha a ter um desenvolvimento o mais breve possível", afirmou José Cesário. O governante sublinhou que esta "não é uma questão do Governo português", mas "da relação entre a Venezuela e as companhias aéreas", pelo que não pode intervir.

"A questão é esta, há voos disponíveis, há lugares disponíveis nos voos, simplesmente nós compreendemos que as companhias aéreas só os vendam com garantias de pagamento e, portanto, até esse problema estar resolvido, temos uma situação delicada", explicou.

José Cesário garantiu ainda que o Governo português está muito atento à comunidade portuguesa na Venezuela que "está a passar por momentos muitíssimo delicados".

"A Venezuela obviamente também tem problemas e, por isso, esperamos com muita paciência que esta fase seja ultrapassada e os principais problemas com que os venezuelanos em geral e, neste caso concreto, os portugueses em particular se confrontam possam vir a ser ultrapassados", acrescentou.

Emigrantes na Venezuela denunciaram à Lusa que a falta de lugares disponíveis nos voos internacionais está a causar dificuldades aos cidadãos nacionais e lusodescendentes que estão a ver-se impedidos de sair do país. Vários representantes de agências de viagem também confirmaram que há muitos destinos para os quais é impossível fazer reservas.

Desde 2003 que vigora na Venezuela um apertado sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e obriga as companhias aéreas a terem autorização para poderem repatriar os capitais gerados pelas suas operações.

Segundo a IATA, a Venezuela "deve actualmente 4100 milhões de dólares (3050 milhões de euros) às companhias aéreas internacionais", relativos à repatriação dos capitais e lucros correspondentes às vendas de bilhetes de avião desde 2012, a qual tem sido dificultada pelas leis cambiais vigentes. Nessa situação está também a portuguesa TAP e outras 13 transportadoras internacionais.

Estas dificuldades levaram a Air Canada a suspender os voos para Caracas, enquanto a American Airlines e a Lufthansa reduziram significativamente as suas operações.
 

   

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