Pais do Amaral apresentou proposta para comprar a TAP

Empresário português junta-se a Efromovich e a Neeleman na corrida pela companhia portuguesa.

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TAP pretende escolher vencedor e assinar contrato até ao final de Junho Daniel Rocha
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Pais do Amaral concorre à TAP através da sua holding pessoal PÚBLICO/Arquivo
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Efromovich tentou comprar a TAP em 2012, mas a proposta foi rejeitada pelo Governo John Vizcaino/Reuters
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David Neeleman é dono da brasileira Azul e da norte-americana Jetblue REUTERS

Miguel Pais do Amaral avançou com uma proposta de compra da TAP, em nome da Quifel Holdings, a sua holding pessoal. Junta-se, assim, a Germán Efromovich, que controla o grupo sul-americano Avianca e que regressa depois de uma primeira tentativa ter fracassado em 2012, e a David Neeleman, dono da Azul e da Jetblue, que integra no seu consórcio o empresário português Humberto Pedrosa, presidente da Barraqueiro.

Haver três ofertas de compra era o melhor cenário esperado pelo Governo, já que, como sempre sublinhou, o sucesso desta privatização depende muito do grau de competição entre investidores. Aguarda-se, neste momento, a confirmação se que não há mais nenhuma proposta pela TAP.

Nas próximas semanas, o executivo decidirá quem será o vencedor, também com base nos pareceres da administração da transportadora aérea, da Parpública (holding do Estado que controla a companhia) e da comissão de acompanhamento da venda, liderada por João Cantiga Esteves.

A intenção do Governo, que convocou os jornalistas para uma conferência de imprensa nesta sexta-feira, pelas 20h, onde fará um balanço das propostas apresentadas, é escolher o vencedor e fechar o contrato até ao final de Junho. No entanto, a transferência das acções só acontecerá nos meses seguintes, já que serão necessárias as autorizações dos reguladores.

Este calendário apertado gerou fortes preocupações junto dos investidores, já que as eleições legislativas acontecerão no Outono e o secretário-geral do PS já deixou o aviso de que tudo fará para reverter o negócio se chegar ao poder. Uma cláusula inscrita no caderno de encargos dá-lhe, aliás, esse poder, ao prever a suspensão da venda até que a compra seja formalizada, se estiver em causa o interesse público.

Este foi um dos temas das reuniões que o Governo manteve na quarta-feira, com representantes de Germán Efromovich, e na quinta-feira, com David Neeleman. Nesses encontros, que decorreram no Ministério das Finanças, o executivo tentou passar a mensagem de que muito dificilmente o PS passaria a "ameaça" à prática.

Outro motivo de preocupações foi a instabilidade laboral que a TAP vive, tendo saído recentemente de uma greve de dez dias convocada pelo sindicato dos pilotos. A reduzida adesão aos protestos foi o argumento que o Governo utilizou para convencer os potenciais candidatos de que não existem grandes riscos a este nível.

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