Mexia diz que o BCP “tem direito” a participar na corrida ao Novo Banco

Política do sistema financeiro “não deve ser ditada pela Direcção-geral da Concorrência” da Comissão Europeia.

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EDP detém 2,7%do BCP Pedro Cunha

O presidente da EDP, António Mexia, defendeu nesta quinta-feira que o BCP “deve ter o direito” de participar no processo de privatização do Novo Banco. “Sejamos claros: quem paga parte da factura [o BCP é accionista do Fundo de Resolução] tem no mínimo que ter o direito a olhar para o jogo e não haver à partida exclusão de jogadores ou um plano inclinado”, afirmou o presidente da eléctrica, empresa que tem 2,71% do capital do banco liderado por Nuno Amado.

Recentemente, na conferência de imprensa de apresentação de resultados do banco, Amado deixou claro que a participação do banco no processo de privatização depende de uma negociação entre o Estado e a DGComp [Direcção Geral de Concorrência da Comissão Europeia], já que o BCP está proibido de realizar aquisições pelo facto de ainda beneficiar de auxílios estatais, os chamados Cocos, que ainda não reembolsou na totalidade.

Para Mexia, o desfecho deveria ser claro: “Tal como a política energética em Portugal não deve ser feita por política de concorrência, a política do sistema financeiro não deve ser ditada pela DG Comp”, afirmou.

Nuno Amado afirmou que, apesar das incógnitas quanto aos moldes da privatização, seria “fundamental” que numa “fase mais decisiva” pudessem participar “o maior número possível de concorrentes” e que o BCP vai olhar para o processo se lhe for permitido. Seria importante que, pelo menos, uma “instituição portuguesa” estivesse na corrida, afirmou o banqueiro. O PÚBLICO viajou a convite da EDP

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