Ao terceiro dia, a bolsa chinesa voltou a subir e Lagarde desdramatiza

Directora do FMI entende que economia da China é "suficientemente forte" para enfrentar variações na bolsa.

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Lagarde considera que a bolsa chinesa ainda não tem uma "curva de aprendizagem" AFP

Os analistas chamam-lhe “volatilidade”, a Quartz descreve-o como um “efeito yo-yo” e a directora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, desdramatiza.

Na segunda-feira, os mercados bolsistas encerram com a maior quebra desde Fevereiro de 2007. Na terça a descida abrandou e nesta quarta-feira as principais praças da bolsa chinesa fecharam a sessão com ganhos na ordem dos 3%.

A partir a sede da instituição, em Washington, Lagarde disse acreditar que a economia chinesa não está muito exposta à instabilidade das suas principais praças financeiras. Na conferência de imprensa via vídeo, a presidente do FMI afirmou que "a economia chinesa é resiliente e suficientemente forte para enfrentar essas variações dos mercados".

A responsável pela instituição disse que o mercado bolsista chinês deve ser interpretado a “médio prazo”, referindo que a bolsa de Xangai “ganhou já mais de 8% quando comparado com o ano passado”. Christine Lagarde entende que esta constitui “uma subida extraordinária, apesar das quedas recentes”, mas que deve ser considerada a imaturidade do mercado chinês.

Ao comparar a bolsa chinesa com as congéneres europeias ou norte-americanas, a directora do fundo diz que “ainda não está bem estabelecida” e que há uma “curva de aprendizagem” a seguir, tanto por investidores como pelas autoridades. 

As declarações de Lagarde sucedem-se a um início de semana turbulento para os mercados chineses. Depois de uma queda de 8,48% na segunda-feira, o principal índice da bolsa de Xangai, o SSE Composite, fechou nesta quarta-feira a ganhar 3,44%, animado por um final de sessão galopante. A outra grande bolsa chinesa, o CSI Index de Shenzen, fechou a sessão a subir 3,13%.

A directora do FMI mostrou apoio aos esforços de Pequim para combater a instabilidade nas praças financeiras. Ao impor restrições nas transacções, a administração de Xi Jinping voltou a gerar desconfiança sobre intervenção do Estado no mercado. Lagarde salientou que, “afinal, esse é o papel das autoridades”.

O anúncio de que o regulador de mercado chinês iria investigar a queda de acções a 27 de Julho pode estar na origem da recuperação dos mercados na sessão de quarta-feira, interpreta a publicação online Quartz. O facto de a venda de acções com pouca consideração pelo preço estar sob investigação pode passar a mensagem de que é ilegal (e não apenas desaconselhado) vender acções nos mercados chineses.

Ao Financial Times, um analista chinês previa que “as hipóteses de uma grande queda são pequenas”, agora que o mercado atravessa um período de “lua-de-mel” devido às medidas anunciadas pelo regulador, pelo que não há motivo para ser “demasiado pessimista”.

Arrastados pela quebra abrupta dos mercados chineses na segunda-feira, os principais índices das praças europeias e norte-americanas fecharam as últimas duas sessões em alta ligeira.

com Lusa

 

 

 

 

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