“É sempre bom que a justiça funcione”, diz Marques Guedes

Ministro da Presidência do Conselho de Ministros diz que detenção de Ricardo Salgado "pertence ao foro da justiça" e não do Governo.

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Marques Guedes no conselho de ministros Enric Vives-Rubio

O ministro da Presidência do Conselho de Ministros (PCM), Luís Marques Guedes, sublinhou nesta quinta-feira, a propósito da detenção do ex-presidente executivo do BES, Ricardo Salgado, que “num Estado de direito, é sempre bom que a justiça funcione”. A detenção é um tema que “não é minimamente do foro do Governo, mas do foro da justiça”, afirmou o governante, que falava no briefing que se seguiu à reunião do Conselho de Ministros.

Questionado sobre o impacto da detenção de Ricardo Salgado para a imagem do país, o ministro remeteu quaisquer conclusões sobre “a culpabilidade das pessoas envolvidas” para outras instâncias, e salientou que Portugal “só tem de se preocupar quando a justiça não funciona”.

“É bom que a justiça funcione e acho que isso não deve ser tomado como um sintoma negativo, mas sim positivo”, disse ainda.

O ministro também reiterou “a mensagem clara de tranquilidade” aos clientes do BES, separando mais uma vez “a solidez “ do banco das “situações complexas” identificadas nas empresas não financeiras do grupo, "que não têm a ver com a actividade do banco".

Marques Guedes rejeitou um cenário de intervenção estatal no BES. Notando que a linha de recapitalização para os bancos portugueses continua disponível como “salvaguarda em caso de necessidade", disse que "até ao momento não existe um pedido de recapitalização".

“Se será utilizada no futuro, ou não, não sei, mas neste momento a hipótese não está sobre a mesa”, adiantou o ministro, lembrando que, de acordo com as novas regras europeias relativas ao reforço de capitais de instituições financeiras em dificuldades, em primeiro lugar “respondem os accionistas”.

Marques Guedes também frisou que “os objectivos da linha de recapitalização” do sistema financeiro não têm nada a ver com os problemas detectados não área não financeira do GES. O ministro da Presidência admitiu que estes problemas poderão “ter repercussões na economia” já que se trata “de um dos grandes grupos nacionais”. “Vamos esperar” que “não sejam demasiado graves, mas não é nada que o Governo possa controlar”, afirmou.

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