Dormidas em hotéis desaceleraram em Abril

Resultados estão relacionados com efeitos de calendário, adianta o Instituto Nacional de Estatística.

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Adriano Miranda

As dormidas nos hotéis em Portugal continuaram a aumentar em Abril, mas a actividades registou uma desaceleração. O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou nesta terça-feira que as dormidas tiveram um acréscimo homólogo de 0,7% em Abril, muito inferior ao registado em Março (11,5%).

Os restantes indicadores da actividade turística também desaceleraram. Os proveitos totais (que incluem os valores de aposento, restauração e outros) aumentaram 7,8% e os de aposento 10,9%, um resultado menos animador do que o registado em Março (quando a evolução foi de 14% e 15,6%). O rendimento médio por quarto disponível foi de 32,2 euros, o que representa um aumento menor do que o verificado em Março.

O INE realça que a evolução homóloga dos dados da actividade turística no mês de Abril “foi parcialmente influenciada por um efeito base de 2014, relacionado com a proximidade da Páscoa com o feriado de 25 de Abril”.

Ainda segundo o INE, em Abril os estabelecimentos hoteleiros receberam 1,5 milhões de hóspedes que ocasionaram 3,9 milhões de dormidas (mais 4,0% e mais 0,7%, respectivamente), tendo o mercado interno decrescido pela primeira vez num ano (-4,9%), quando em Março tinha aumentado 17,9%, e os mercados externos mantido a evolução positiva (2,8%), mas a um ritmo menos intenso do que em Março (9,0%).

A estada média foi de 2,68 noites (-3,2%) e a taxa de ocupação fixou-se nos 43,4% (-0,4 pontos percentuais)

No que se refere aos proveitos, em termos globais aumentaram 7,8% para 182,7 milhões de euros, enquanto os de aposento subiram 10,9% para 128,9 milhões de euros, reflectindo uma desaceleração menor que nas dormidas "em parte associada a uma estratégia comercial de aumento de preços em 2015". Considerando o período de Janeiro a Abril, os proveitos totais atingiram 511,6 milhões

Em Abril, os hotéis e as pousadas apresentaram incrementos nas dormidas (5,5%), mas as restantes tipologias decresceram, com maior impacto nos apartamentos turísticos (-13,7%).

As dormidas de residentes em Portugal diminuíram (-4,9), depois de 12 meses de crescimento continuado. A redução, nota o INE, “foi influenciada pelo efeito de calendário [a proximidade da Páscoa com o 25 de Abril], o qual tem habitualmente maior impacto sobre os residentes em Portugal e sobre os espanhóis”.

Já as dormidas de hóspedes estrangeiros tiveram um aumento de 2,8% face ao período homólogo, mas também aqui se nota uma desaceleração face aos resultados conseguidos no mês de Março.

Os dez principais mercados emissores representaram em Abril 79,0% das dormidas de não residentes, em linha com o mês homólogo de 2014 (79,2%).

EUA ganha expressão
Segundo o INE, os EUA apresentaram o maior acréscimo (34,3%), tendo-se destacado também a Bélgica (25,2%) e a Itália (20,5%).

A Alemanha apresentou resultados crescentes (+12,2%), próximos do mês anterior (+11,5%), tendo a representatividade deste mercado em Abril de 2015 (15,9%) superado a do mês homólogo de 2014 (14,6%).

As dormidas de residentes em França aceleraram 17,1%, tendo representado 10,5% do total.

As dormidas do mercado britânico decresceram 3,4%, reduzindo-se também o seu peso relativo (21,1% face a 22,5% em Abril de 2014). O mercado espanhol (que representa 10,9% do total) também registou um recuo de 11,1%, influenciado pelo efeito da Páscoa em 2014.

No caso do Brasil acentuou-se a tendência decrescente (-18,6% em Abril e -15,6% em Março), embora a evolução dos quatro primeiros meses do ano seja positiva (1,8%).

Açores com aumento mais expressivo
Numa análise por regiões, o instituto destaca o "aumento expressivo" das dormidas nos Açores (+20,7%), devido aos novos serviços de transporte aéreo, que foi liberalizado no final de Março.

O Norte, Centro, Lisboa e Madeira tiveram acréscimos "de menor expressão", que corresponderam a desacelerações face à evolução do mês anterior.

Já no Alentejo observou-se uma interrupção da tendência crescente dos anteriores meses (-10,7%, face a +6,3% em Março), tendo ocorrido igualmente diminuição de dormidas no Algarve (-6,9% e +11,5% no mês anterior), que já tinha registado evoluções negativas em Janeiro (-1,3%) e em Fevereiro (-2,1%).

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