Dormidas de estrangeiros aumentaram no Verão

Os turistas estrangeiros estão a ficar mais tempo em Portugal, mas continuam a preferir Lisboa, Norte e Algarve, diz a AHP

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Receita por quarto de hotel disponível em Lisboa é três vezes superior à da região Centro Público

O crescimento “perto dos dois dígitos” nas dormidas e hóspedes e o aumento das dormidas de estrangeiros a um ritmo superior ao dos residentes são os destaques da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) na análise ao verão.

“Neste verão estamos a falar de um crescimento perto dos dois dígitos, na ordem dos 8% a 9%, tanto no número de dormidas como de hóspedes, portanto há uma tendência para a manutenção de um crescimento muito perto dos anos anteriores”, afirmou o presidente da AHP, Luís Veiga, em declarações à Lusa.

Tendo por base os dados estatísticos disponíveis até Julho e já alguns indicadores relativos a Agosto, o dirigente associativo apontou ainda como “aspecto positivo” o facto de as dormidas de estrangeiros “continuarem a aumentar ligeiramente face às de residentes”.

“Já passámos da divisão habitual de 70% não residentes e 30% residentes para cerca de 75% a 25% este verão, o que quer dizer que há claramente um crescimento superior dos estrangeiros, nomeadamente nas dormidas, o que significa que eles estão a ficar mais tempo em Portugal, ou seja, estão a melhorar a estada média”, afirmou Luís Veiga.

Já ao nível dos hóspedes, disse, “a repartição não é bem assim”, ficando-se pelos 60% de turistas estrangeiros face aos residentes.

Pela negativa, o presidente da AHP apontou o facto de “não haver uma repartição equitativa deste crescimento”, já que as dormidas “continuaram muito concentradas em três regiões: Norte, Lisboa e Algarve”.

“Estes três destinos têm 80% das dormidas de estrangeiros e, acrescentando a Madeira, chegam aos 95% das dormidas, ou seja, os outros 5% são distribuídas pelas restantes regiões do Centro, Alentejo e Açores, o que revela uma disparidade enorme”, salientou.

Segundo Luís Veiga, esta situação é particularmente notória desde há cerca de dois anos, na sequência do “crescimento muito grande dos destinos de Lisboa e Porto devido ao fenómeno do turismo urbano associado aos transportes aéreos”.

Como resultado, disse, o Revpar [receita por quarto disponível] de Lisboa é actualmente “três vezes superior” ao da região Centro, “que é a que tem o pior desempenho”, enquanto a taxa de ocupação é duas vezes superior, também fruto do “nível de portagens elevadíssimo” no Centro, que é “uma grande região com 100 municípios e de muito difícil acesso”.

Já o Turismo de Portugal afirmava recentemente em declarações à Lusa que, mais do que os “novos máximos” que antecipa para a época turística de 2015, se destacavam como principais factores de sucesso a menor assimetria nacional, as crescentes qualificação e competitividade e o fortalecimento do mercado alemão. 

 

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