Dívida pública cai em Maio pela primeira vez em cinco meses

Boletim estatístico do Banco de Portugal revela queda de 0,6% face a Abril.

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Avisos do Bnaco de Portugal sobre intermediação ilegal são recorrentes. Foto: Pedro Cunha / PÚBLICO

Contrariando cinco meses de crescimento, a dívida pública na óptica de Maastricht caiu ligeiramente em Maio, para 224.503 milhões de euros, revela o boletim estatístico do Banco de Portugal (BdP) divulgado esta segunda-feira.

De acordo com o boletim estatístico do Banco de Portugal, a dívida pública na óptica de Maastricht (a que conta para Bruxelas) diminuiu 0,6%, passando dos 225.911 milhões de euros em Abril para os 224.503 milhões de euros em Maio.

A dívida pública nesta óptica estava a subir consecutivamente desde o início deste ano, tendo invertido a tendência pela primeira vez no mês de Maio.

Destes 224.503 milhões de euros, 101.174 milhões dizem respeito a empréstimos (onde se incluem os do resgate financeiro internacional), que aumentaram ligeiramente em Maio face a Abril. Para a evolução do stock da dívida em Maio contribuiu sobretudo a dívida contraída na forma de títulos, atingindo os 111.240 milhões de euros em Maio, menos 1.852 milhões de euros face ao mês precedente.

Já a dívida líquida de depósitos da administração pública subiu em Maio, para os 202.409 milhões de euros, depois de em Abril se ter fixado nos 202.297 milhões de euros, de acordo com o banco central.

O Banco de Portugal  revela também que as contas externas atingiram um saldo positivo de 42 milhões de euros até Maio, um valor muito inferior ao período homólogo e mais de 200 milhões abaixo do registado em Abril.

De acordo com o boletim estatístico, nos primeiros quatro meses do ano, as contas externas de Portugal tinham registado um saldo positivo de 249 milhões de euros, saldo esse que diminuiu em 207 milhões de euros até Maio, para os 42 milhões de euros.

Até Maio, a balança corrente registou um défice de 1225 milhões de euros, valor que compara com um défice de 484 milhões de euros nos primeiros cinco meses de 2013. Já a balança de capitais, a outra componente da balança externa do país, apresentou um saldo positivo de 1267 milhões de euros até Maio, depois de ter registado um excedente de 1368 milhões de euros no período homólogo.

No final do ano passado, o saldo das contas de Portugal com o estrangeiro chegou aos 4.293 milhões de euros, um aumento face ao saldo de 539 milhões de euros, registado em 2012.

Já as remessas dos emigrantes caíram 3,2% em Maio, enquanto as verbas enviadas pelos estrangeiros a trabalhar em Portugal caíram 4,6%, o que fez com que o saldo positivo para Portugal tenha piorado para 194 milhões de euros.

De acordo com os dados do boletim, os emigrantes portugueses enviaram para Portugal cerca de 240 milhões de euros em Maio, o que representa uma descida de 3,2% face aos 248,1 milhões enviados no mesmo mês do ano anterior.

Olhando para as verbas que os estrangeiros a trabalhar em Portugal enviam para o seu país de origem, em mMaio deste ano foram enviados 45,9 milhões de euros contra 48,2 no mesmo mês do ano passado, o que mostra uma diminuição de 4,6%.

Assim se explica que a diferença entre as remessas que entram e saem de Portugal tenham sido menos positivas para Portugal: em Maio de 2013, a diferença era favorável em 199,9 milhões de euros, mas em Maio deste ano esse valor reduziu-se para 194 milhões, o que representa uma descida de 2,9%.

Os emigrantes portugueses no Brasil enviaram 2,4 milhões de euros em Maio, quase duplicando o valor enviado face ao mesmo mês do ano passado (1,2 milhões de euros), mas ainda assim longe do valor enviado pelos emigrantes em França (84,1 milhões de euros) e na Suíça (55,7 milhões), os países que mais contribuem para o total das remessas enviadas para Portugal. com Lusa

 

   

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