Distritais do Porto do PSD e do PS preocupados com impactos de novas portagens na Região

Socialista José Luís Carneiro ainda espera que Governo esteja apenas a “testar a opinião pública”.

O presidente do PSD/Porto classifica de “preocupante” a intenção do Governo de introduzir mais 13 portagens no norte do país e informou que os deputados social-democratas do Porto vão questionar o Governo sobre os critérios utilizados. Também a distrital do PS criticou a possibilidade de alargamento das zonas sujeitas a cobrança.

O líder do PSD/Porto adiantou esta sexta-feira, à Lusa, que os deputados do PSD do distrito do Porto vão questionar o Governo, nos “próximos dias”, sobre se as “notícias vindas a público têm, ou não, qualquer tipo de “fundamento”, e qual o “critério de introdução de novas portagens”.

“Não deixa de ser preocupante essa intenção por parte do Governo em introduzir (...) na zona Norte do país mais 13 portagens”, declarou Virgílio Macedo, numa entrevista telefónica à Lusa, acrescentando que “é importante saber qual é o critério subjacente” à introdução de novas portagens.

Virgílio Macedo defende, por seu turno, que não haja descriminação negativa para a zona Norte.

“Nós não queremos, na zona Norte, discriminação positiva relativamente às portagens, mas também não queremos ter discriminação negativa”, afirmou, reconhecendo que “há um número exagerado de novos pórticos na zona Norte” e que cabe ao Governo demonstrar que não existe um “tratamento discriminatório”, mas sim um “tratamento justo” e “equitativo” relativamente à realidade do país.

O presidente do PSD/Porto recordou que no distrito do Porto há uma questão particular, que classificou de “inacreditável” e “caricata”, porque os carros municipais da Maia para ir para irem despejar o lixo ao aterro da Lipor (Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto) têm de pagar portagem.

Também o presidente da distrital do Porto do PS, José Luís Carneiro, alertou hoje que a introdução de mais portagens a Norte do país é “um factor de bloqueio ao desenvolvimento regional” e prejudica o “interesse nacional”. “A consequência será um maior número de falências, mais desemprego, mais prestações sociais do Estado e um prejuízo para o interesse nacional”, afirmou o líder distrital do PS/Porto, em declarações à agência Lusa.

José Luís Carneiro considera que a medida “prejudica gravemente” a estrutura produtiva da região Norte, nomeadamente as pequenas e médias empresas, que “poderiam constituir alguma fonte de esperança no futuro”.

O líder do PS/Porto quer acreditar que as notícias de que o Governo se prepara para introduzir novas portagens, nomeadamente nas ex-Scut do Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata, não passem de “um teste à opinião pública”. “Tem sido esta a regra: lançar o pior cenário para depois poder aplicar as medidas negativas que tem vindo a aplicar”, esclarece.

O responsável alerta sentir nos “autarcas da região Norte, de todos os partidos, uma vontade muito grande” de contestarem a intenção do Governo “por todas as vias legítimas ao seu dispor”. “Os autarcas estão a ponderar tomarem posições públicas muito duras em relação a esta intenção do Governo”, avisou.

Para José Luís Carneiro, a medida conduzirá a “atrasos, falências e pobreza”. A rede de pequenas e médias empresas, que afirmam a região Norte como maior região exportadora do país, está muito dependente da rede de transportes e mobilidade. Ao impor limitações graves a essa rede, esta medida é mais um factor de empobrecimento e de bloqueio ao desenvolvimento regional”, justifica.

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