Deutsche Bank paga 7,2 mil milhões de dólares e fecha processos judiciais com EUA

O pagamento da multa encerra meses de negociações entre o banco alemão e o Departamento de Justiça norte-americano.

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O banco alemão reconheceu que enganou os investidores Reuters/Kai Pfaffenbach

O Deutsche Bank vai pagar uma multa no valor de 7,2 mil milhões de dólares (cerca de 6,8 mil milhões de euros) ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos para encerrar um processo ligado aos créditos imobiliários de baixa qualidade, informa a Reuters. O acordo pretende fechar os processos judiciais derivados da venda de títulos hipotecários tóxicos. O banco foi acusado de ter vendido créditos imobiliários tóxicos, sabendo que não tinham o valor que lhes era atribuído.

O acordo já se vinha a arrastar e acabou por ficar a praticamente metade da quantia inicialmente pedida pelas autoridades norte-americanas, que pediam 14 mil milhões de euros. O valor foi fixado ainda a 23 de Dezembro num acordo de princípio, tendo sido à data partilhado pelo banco alemão.

O valor divide-se em duas parcelas: uma multa civil de 3,1 mil milhões de dólares e 4,1 mil milhões de dólares em compensações aos consumidores.

Este é o valor mais alto alguma vez pago para encerrar um processo ligado aos créditos imobiliários, de acordo com o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Bill Baer, cita o comunicado do Departamento de Justiça norte-americano, partilhado esta terça-feira.

"Esta solução torna o Deutsche Bank responsável pela sua conduta ilegal e pelas suas práticas de crédito irresponsáveis, que causaram danos sérios e prolongados", notou no mesmo comunicado a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, sublinhando que o banco não só enganou investidores como “contribuiu directamente para uma crise financeira internacional”, em 2008. 

Como parte do acordo, o Deutsche Bank concordou em reconhecer que apresentou aos investidores de forma falsa as características dos títulos garantidos pelas hipotecas vendidos entre 2006 e 2007.

John Cryan, director-executivo do banco alemão, classificou a conduta da entidade alemã de “inaceitável”, cita a agência de notícias. O jornal alemão Der Spiegel antecipa ainda que o banco irá reduzir em 90% o valor dos bónus atribuídos aos funcionários séniores da instituição.

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