Desemprego nos EUA baixa para 7,7%, mas não afasta receios sobre retoma frágil

Maior economia global tem 12 milhões de desempregados. Com uma retoma lenta, os analistas previam uma recuperação mais fraca do mercado de trabalho.

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O desemprego recuou para o nível mais baixo desde Dezembro de 2008
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Nos Estados Unidos, há 12 milhões de desempregados Spencer Platt/Getty Images/AFP

O desemprego nos Estados Unidos baixou em Fevereiro para 7,7% da população activa, o nível mais baixo em cerca de quatro anos, num mês em que foram criados 236 mil postos de trabalho. Os números surpreendem os analistas, mas não afastam os receios sobre os efeitos no mercado de trabalho dos cortes na despesa do Estado.

Os números revelados nesta sexta-feira pelo Departamento do Trabalho norte-americano são mais positivos do que o esperado pela generalidade dos economistas, que apontavam para a criação de 165 mil empregos e previam que a taxa de desemprego não recuasse dos 7,9%.

O recuo agora registado representa uma diminuição do desemprego para o nível mais baixo desde Dezembro de 2008, mas a taxa mantém-se próxima dos números registados nos dois últimos meses do ano passado (7,8%), aos quais se seguiu um agravamento em Janeiro. Isto quando, até Setembro, os cortes automáticos na despesa pública, por desacordo entre a Casa Branca e a oposição republicana, deverão totalizar 85 mil milhões de dólares (65.300 milhões de euros), com um impacto negativo de 0,6 pontos percentuais no PIB, potenciando o aumento do número de desempregados em 750 mil pessoas.

De acordo com os dados do Departamento de Trabalho, houve criação de empregos nos serviços, na construção e no sector da saúde.

Uma vez que os cortes progressivos entraram em vigor a 1 de Março, não estão reflectidos directamente nos números agora divulgados. Mas, nota The New York Times, a pressão na economia real do esperado desacordo orçamental é visível na diminuição do número de empregos tanto no sector público como no sector privado.

Na maior economia global, há 12 milhões de pessoas sem trabalho, das quais 40,2% (4,8 milhões) são desempregados de longa duração.

A Reserva Federal, liderada por Ben Bernanke, tem alertado para o ritmo lento de crescimento da maior economia global e repetido as vantagens de uma política de estímulos à economia para combater o desemprego, embora a público tenham vindo as divisões no interior do comité de política monetária da Reserva Federal em relação ao actual programa de estímulos.
 
 
 
 

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