Derrapagem colocou défice de França em 4,3% em 2013

Saldo orçamental negativo foi superior ao limite negociado com Bruxelas. Dívida pública da segunda economia do euro fixou-se em 93,5% do PIB.

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O Governo de François Hollande reagiu com relativa tranquilidade às estatísticas do défice AFP

O défice público de França baixou, no ano passado, para 4,3% do produto interno bruto (PIB), contra 4,9% em 2012, mas mais alto do que o limite acordado com Bruxelas. A estimativa, que engloba o défice do Estado, Segurança Social e administrações locais, foi divulgada nesta segunda-feira pelo instituto estatístico francês (Insee).

O saldo orçamental foi negativo em 87.600 milhões de euros, quando no ano anterior se situava em 98.700 milhões de euros. Embora as receitas públicas tenham aumentado, passando a representar 52,8% do PIB, também as despesas públicas voltaram a engrossar, para 57,1% do PIB. No ano anterior, as receitas representavam 51,8% da riqueza produzida na segunda maior economia da zona euro e as despesas representavam 56,7%.

O ritmo de aumento da despesa abrandou — enquanto em 2012 houve um crescimento de 3% nos gastos, no ano passado, a despesa progrediu 2%. O crescimento das receitas também foi menor, passando de 3,7% em 2012 para 3,3%.

Num dia em que François Hollande tenta digerir a derrota dos socialistas na segunda volta das eleições municipais, o seu Governo reagiu com relativa tranquilidade à divulgação de uma estimativa do défice acima do objectivo de 4,1% definido pelo executivo.

O ministro da Economia, Pierre Moscovici, e o ministro com a pasta do orçamento, Bernard Cazeneuve, reagiram em comunicado, considerando que a correcção das contas públicas está a fazer o seu caminho. Notando a “diminuição regular e significativa do défice”, os dois governantes atribuíram esta descida à “gestão responsável das finanças públicas”.

O esforço orçamental necessário para fazer baixar o défice para o limite negociado com a Comissão Europeia em 2015 (um défice de 3%) representa cerca de 25.000 milhões de euros em dois anos.

Já a dívida pública, estimada segundo os critérios de reporte definidos no Tratado de Maastricht, aumentou 2,9 pontos percentuais, chegando aos 93,5% do PIB (90,6% em 2012).

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