CTT com lucros de 50,7 milhões em vésperas de privatização

O grupo estatal teve uma queda homóloga de 9,1% no resultado líquido, fruto de um abrandamento nas receitas.

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CTT detectaram o extravio de várias encomendas postais ao longo dos últimos meses Pedro Cunha

Os CTT registaram lucros de 50,7 milhões de euros em 2012, o que representou um recuo de 9,1% face ao resultado líquido do ano anterior, que atingiu 55,8 milhões. Privatização do grupo estatal arranca agora.

O presidente dos CTT, Francisco Lacerda, revelou nesta quinta-feira que o resultado líquido recuou fruto de um abrandamento de 6,5% nas receitas, que se fixaram em 711,7 milhões de euros. Esta redução foi compensada por uma contenção de despesas, com os gastos operacionais a descerem 8,5% para 601,6 milhões.

O serviço de correio representou 67% das receitas, tendo protagonizado uma quebra de 6,7% nos proveitos em 2012. No entanto, a maior descida foi protagonizada pelas soluções empresariais, com uma redução de 10,4%.

“Em conjunturas como as que temos, as empresas e as pessoas têm menos actividade e vão usar os serviços muito menos porque têm mais atenção aos custos”, referiu Francisco Lacerda, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2012.

O presidente dos CTT destacou o facto de o grupo ter sido “capaz de reduzir os custos correntes” para fazer face ao abrandamento nas receitas. Do corte de 8,5% nos gastos, a maior fatia foi conseguida com poupanças de 39,7 milhões de euros nos encargos com pessoal, nomeadamente através da eliminação do subsídio de férias e de Natal, imposto à função pública e às empresas do Estado em 2012.

Outra medida imposta às empresas públicas era o emagrecimento do quadro de pessoal, que o grupo estatal reduziu em 4,5%. No final do ano passado, os CTT empregavam 13.167 pessoas, número que compara com os 13.836 de 2011, o que significou a saída de 669 trabalhadores.

A compensação da quebra de receitas com a redução do lado dos custos não chegou para evitar um recuo no resultado líquido do grupo, fruto de uma descida nos ganhos financeiros e de um acréscimo dos resultados não recorrentes.

Francisco Lacerda confirmou nesta quinta-feira que o processo de privatização da empresa “arranca formalmente neste trimestre e estará pronta até ao final do ano”, tal como previsto na sexta avaliação da troika ao programa de ajustamento do país.
 

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