Credores reclamam 11,7 milhões a empresa dona do Diário Económico

Segurança Social, Novo Banco e fisco são os principais credores.

A ST&SF, a empresa proprietária e editora do extinto jornal Diário Económico, avançou para insolvência com os credores, muitos dos quais trabalhadores, a reclamaram cerca de 11,7 milhões de euros. A Segurança Social é o maior credor, com a dívida da empresa a ascender a rondar os 3,4 milhões de euros. O Novo Banco reclama 1,2 milhões de euros e a Autoridade Tributária, 733 mil euros.

Em Março, quando foi publicada a última edição do Diário Económico, a ST&SF pediu a insolvência, depois de ter antes tentado avançar para um processo especial de revitalização, que permitiria à empresa negociar com credores e continuar a actividade, mas que acabou por não se revelar viável. O site Económico e o canal de televisão Económico TV, que são propriedade de outras empresas do mesmo grupo, continuam em funcionamento, embora muitos trabalhadores sejam funcionários da ST&SF.

O requerimento de insolvência apresentado ao tribunal afirma que “diversas circunstâncias concorreram para que a insolvência fosse inevitável”. A administradora judicial, Paula Mattamouros Resende, escreve que “os trabalhadores fizeram uma greve geral e os fornecedores deixaram de fornecer a empresa” e que “a opinião pública, com o anúncio do PER [processo especial de revitalização], também acabou por ter grande impacto, fazendo com que se degradassem os relacionamentos entre a insolvente e os seus colaboradores, anunciantes e fornecedores”. A greve a que Mattamouros Resende alude aconteceu em Março, como forma de protesto pelos salários em atraso.

A administradora de insolvência refere que a actividade do site Económico, “apesar dos números razoáveis que está a gerar”, não é suficiente para assegurar a viabilidade da ST&SF e que a empresa “não tem condições económicas de voltar a editar o jornal em papel, a sua principal fonte de receitas”, não restando outra opção que não o encerramento e liquidação.

O documento mostra também os consecutivos prejuízos anuais da empresa desde 2012, ano em que teve perto de oito milhões de euros de receitas e cerca de 6,2 milhões de resultado líquido negativo. Em 2015, segundo dados ainda provisórios, as receitas andaram em torno dos 3,6 milhões de euros, aproximadamente o mesmo valor do prejuízo registado.

A ST&SF não tem imóveis em seu nome, observa o requerimento, e “os parcos saldos existentes” em contas bancárias já foram apreendidos para a massa insolvente.

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