Crédito malparado das empresas recua, mas ainda está acima de 11%

Queda nos empréstimos manteve-se em Junho. Cobrança duvidosa face ao crédito concedido a particulares estagnou.

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O crédito malparado nos empréstimos à habitação é de 2,15% Rui Gaudêncio

O crédito malparado de empresas recuou ligeiramente em Junho, mas a percentagem de crédito vencido face aos empréstimos concedidos continua acima de 11%. A barreira foi quebrada pela primeira vez em Maio (desde que o Banco de Portugal regista estes dados, 1997) e baixou no mês seguinte, mas não o suficiente para o volume de crédito de cobrança duvidosa recuar daquele patamar histórico.

De acordo com dados publicados nesta terça-feira pelo banco central, o malparado de empresas junto da banca ascendia em Junho a 11.670 milhões de euros, contra 11.825 milhões em Maio. Ao todo, os empréstimos concedidos por instituições financeiras a empresas totalizavam 104.356 milhões de euros, um valor mais baixo – mas próximo – do registado no mês anterior (104.506 milhões).

A quebra ligeira registada na percentagem de malparado nas empresas contrasta com a evolução da cobrança duvidosa de particulares. Tanto no caso dos empréstimos destinados à habitação como nos créditos ao consumo, o malparado manteve-se nos mesmos níveis de Maio.

Com raras excepções desde finais de 2011, tem diminuído de mês para mês o montante dos empréstimos de empresas (o que se repetiu em Junho), mas aumentado o crédito malparado em volume e em percentagem (o que já não aconteceu em Junho).

Já o malparado nos empréstimos a particulares manteve-se em 3,9%, o equivalente a 5164 milhões de euros de um total de 130.927 milhões. Apesar das pequenas variações no valor absoluto de crédito considerado pelas instituições financeiras como cobrança duvidosa, o rácio face ao total de crédito concedido estagnou desde Janeiro, depois de nesse mês ter atingido uma percentagem recorde.

Onde este indicador também não se alterou foi nos empréstimos ao consumo (12,03%) e à habitação (2,15%). A diferença é abissal; e a tendência a mesma de sempre: confrontados com dificuldades financeiras, os particulares deixam primeiro de pagar os empréstimos ao consumo e só mais tarde os créditos para a compra de casa.

Quanto aos depósitos, registou-se um aumento de 338 milhões (0,26%) entre Maio e Junho, altura em que o montante dos depósitos de particulares passou para 132.137 milhões de euros, o valor mais alto desde Agosto de 2012. Já os depósitos de empresas baixaram, passando para 27.439 milhões de euros (menos 0,84% do que em Maio e menos 8,16% do que no mesmo mês do ano passado).

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