Crédito Agrícola vai ser reestruturado e algumas caixas fundidas

Presidente do banco cooperativo tenciona, durante o seu mandato de três anos, dar início a um processo de reestruturação interna.

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Em 2012, o banco obteve menos 21% de lucros do que no ano anterior Catarina Olveira Alves/arquivo

O Crédito Agrícola vai avançar com um processo de reestruturação interna, que implica o fecho por fusão de algumas caixas, disse à Lusa o novo presidente do banco cooperativo.

Em entrevista à Lusa, Licínio Prata Pina, que tomou posse em Janeiro, deu uma perspectiva do que pretende fazer no seu mandato de três anos à frente do Grupo Crédito Agrícola (CA), a começar por um processo de reestruturação interna do banco que é composto por 84 Caixas de Crédito Agrícola e pela Caixa Central. Uma reestruturação que implicará mesmo a fusão de algumas Caixas, adiantou.

“O que posso dizer é que Caixas com dificuldades económico-financeiras são cinco e temos de tomar decisões que passarão pela fusão delas com outras”, disse Licínio Pina, sublinhando que para isso o grupo não precisará de qualquer ajuda do Estado.<_o3a_p>

O responsável garantiu que a reorganização interna não implica qualquer programa de saída de trabalhadores, mas admitiu que serão feitos ajustamentos aos recursos humanos, eventualmente com propostas de reformas antecipadas.<_o3a_p>

“A saída de pessoal não se tem verificado nem temos o objectivo de prescindir de uma série de pessoas. O que acontece é que quando as Caixas são fundidas é necessário criar estruturas funcionais em que depois se acomodam as pessoas. Em todos aqueles que estão próximos da reforma são propostas soluções que não prejudiquem as pessoas”, afirmou o presidente do Crédito Agrícola, que tomou posse em Janeiro.<_o3a_p>

O grupo Crédito Agrícola tem vindo a reduzir o número de caixas espalhadas pelo país, que já foram mais de 100 e hoje são 84, estando a correr no Banco de Portugal o processo para a fusão da Caixa de Estarreja com a de Oliveira de Azeméis.<_o3a_p>

Paralelamente, Licínio Pina quer “fazer crescer” o Crédito Agrícola e para isso, disse, o banco tem de conceder mais crédito baseando-se nos níveis de “conforto” tanto em termos de capital (mais de 11% de rácio ‘core tier 1’ em 2012) como de liquidez (com um rácio de transformação de depósitos em crédito de 82%).<_o3a_p>

Mas há um obstáculo a este objectivo: a recessão económica que Portugal atravessa, admitiu o presidente do Crédito Agrícola. “Precisávamos é que a economia crescesse. Se crescer temos condições para financiar as empresas e particulares, apoiando-os nos seus projectos de desenvolvimento e contribuindo para o crescimento do país”, referiu.<_o3a_p>

Sobre como conseguirá o sétimo maior banco português competir com os designados ‘grandes’, tanto na captação de depósitos como de bons projectos a quem concedem crédito, Licínio Pina referiu que o banco está bem implantado nas zonas rurais, onde há uma elevada fidelização dos clientes.<_o3a_p>

Já mais difícil é a captação de novos clientes “e especialmente jovens”, pelo que tem como objectivo apostar em novas tecnologias para chegar a uma população mais jovem e urbana.<_o3a_p>

O grupo Crédito Agrícola é composto por 84 Caixas e pela Caixa Central, que articula e coordena as várias instituições locais. Tem 400 mil associados e 700 balcões em todo o país. Ainda segundo dados do próprio banco, tem uma quota de mercado de 5% nos depósitos e de 3% no crédito.<_o3a_p>

O banco obteve lucros de 42 milhões de euros em 2012, menos 21% do que no ano anterior.<_o3a_p>

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