Crédit Agricole encerra 2012 com prejuízo histórico de 3982 milhões de euros

Impacto negativo de 267 milhões de euros com o BES contribuiu para resultado negro no último trimestre de 2012, mas presidente executivo do banco francês insiste em manter participação de 20,2%.

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Jean-Paul Chifflet insiste em manter a posição no BES e afirma que Crédit Agricole vai mudar de página Gonzalo Fuentes/Reuters

O Crédit Agricole anunciou nesta quinta-feira um prejuízo histórico de 6471 milhões de euros no quarto trimestre. Em termos consolidados, este prejuízo traduz-se numa perda de 3982 milhões de euros para o terceiro maior banco francês, o que representa um agravamento de 29,8% face ao mesmo período de 2011.

O banco francês já antecipara os prejuízos-recorde na carteira de activos, mas não os resultados totais do último trimestre. Na semana passada, a administração do banco reuniu-se para discutir o impacto das contas do final de 2012.

Estes dados confirmam os 2670 milhões de euros de prejuízo na gestão dos activos do Crédit Agricole. Uma décima parte deste prejuízo, 267 milhões de euros, foi causada pelo impacto negativo da presença do banco francês no BES.

O presidente executivo do Crédit Agricole insiste em manter a participação total de 20,2% no banco português. Deste bolo de participação no tecido accionista do banco, o Crédit Agricole conta com uma participação directa de 10,8%.  

Citado no comunicado do banco, o presidente executivo do Crédit Agricole, Jean-Paul Chifflet, afirma que “2012 foi um ano de transformação e de reorientação”. “Estamos a mudar a página e vamos construir novos planos a médio prazo este ano”, acrescentou o responsável.

O banco sublinha o aumento de 548 milhões de euros em receitas líquidas. Um resultado positivo que, ressalva o banco, foi engolido pelo impacto negativo na carteira de activos.

Por força de novo ano de perdas, o Crédit Agricole não distribuirá dividendos em dinheiro para o ano de 2012. De acordo com a Bloomberg, os 39 bancos regionais que compõem o grupo Crédit Agricole pediram que os dividendos sejam distribuídos em acções.

No virar da página que é referido por Jean-Paul Chifflet encontra-se a saída da Grécia, destacada no comunicado de imprensa como um aspecto positivo na redução da exposição do banco ao risco. O Crédit Agricole registou 706 milhões de euros em prejuízos no quarto trimestre com a saída definitiva do banco grego Emporiki, que foi comprado pelo Crédit Agricole em 2006 por 2200 milhões de euros.

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