A CP – Comboios de Portugal fechou 2012 com um prejuízo de 222,5 milhões de euros, uma melhoria de 23% em relação ao ano anterior, o que é atribuído ao melhor desempenho operacional da empresa e das suas participadas.

Em comunicado, a CP explicou que a melhoria do resultado líquido em 23% traduz o melhor desempenho operacional e ainda a redução das perdas de algumas participadas e os ganhos alcançados pela EMEF – Empresa de Manutenção do Material Ferroviário.

Em contrapartida, o custo da dívida impediu uma redução mais significativa dos prejuízos da empresa em 2012, que conseguiu melhorar em 40% os resultados operacionais, com ajustamentos nas tarifas e redução de custos, cortando no número de trabalhadores, nos salários e nos serviços externos. A empresa destaca que “essa redução não é visível a nível global pelo efeito contrário decorrente do aumento de preços da energia para tracção e da tarifa de acesso à infra-estrutura” paga à Refer.

No último ano, as receitas do tráfego diminuíram um milhão de euros, para 211 milhões de euros, o que é justificado com a perda de 11,4% de passageiros, a que “não foi alheio o elevado número de greves que ocorreram durante todo o ano, com especial significado no último trimestre”.

Durante o ano de 2012 foram suprimidos, por motivos de greve, 30.445 comboios, o que representa 7% dos comboios programados, adianta a empresa. No mesmo período, a CP registou um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 45,6 milhões de euros, superior em cerca de 6,2 milhões de euros ao registado em igual período do ano passado.

“Este resultado permitiu que a CP assegurasse, com meios próprios, todas as suas necessidades de tesouraria corrente, incluindo o financiamento dos investimentos e manutenção plurianual da frota, bem como o pagamento das rescisões de contratos de trabalho”. Em compensação, acrescenta, a função financeira foi “assegurada pontualmente por suporte accionista e da banca portuguesa”.

Na semana passada, a CP Carga, subsidiária da CP dedicada ao transporte ferroviário de mercadorias, que este ano deverá ser privatizada, anunciou um prejuízo de 19,3 milhões de euros em 2012, uma melhoria em 37% face aos resultados do ano anterior.