A sétima avaliação da troika ao programa de ajustamento português resultou na concessão de mais tempo para o Governo concretizar o seu plano de corte das despesas de 4000 milhões de euros.

A troika aceitou que as medidas de contenção sejam postas em prática até 2015 e, confirmando o que já tinha sido revelado por Durão Barroso no início da semana, permitiu a flexibilização acentuada dos objectivos do défice para este ano e para os próximos.

A apresentação dos resultados da avaliação da troika será feita, nesta sexta-feira de manhã, pelo ministro das Finanças em conferência de imprensa (9h30). A grande expectativa estava centrada nas medidas de redução permanente da despesa que o Governo tinha prometido e que representariam uma poupança global de 4000 milhões de euros, conseguida até ao final de 2014. No entanto, apesar de este ter sido um dos temas centrais das conversas entre Governo e troika durante os 18 dias que durou a avaliação, Vítor Gaspar não irá anunciar as medidas concretas escolhidas já nesta sexta-feira.
 
Em vez disso, o Governo deverá focar-se no facto de o plano de poupanças poder agora ser implementado até ao final de 2015, dispersando a contenção da despesa e as medidas de austeridade por um período mais largo de tempo. Será também salientado que, apesar de haver agora mais tempo, a reforma do Estado terá de avançar.

Em relação aos objectivos do défice, as revisões serão feitas para este ano e para os próximos.

As revisões em baixa das metas orçamentais são provocadas pelo facto de o desempenho da economia ser bastante mais fraco do que aquilo que era inicialmente previsto. A troika e o Governo ficam também mais protegidos em relação a um eventual chumbo do Tribunal Constitucional a algumas das medidas aplicadas no OE 2013.