Coreia do Sul desiste de abrir escola de pilotos no aeroporto de Beja

Ministério da Defesa esclareceu que o projecto, em negociações desde 2010, não vai avançar.

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Aeroporto foi inaugurado em 2011 e custou 33 milhões de euros PÚBLICO/Arquivo

A escola de pilotos que a Coreia do Sul tinha planos de abrir em Beja já não vai avançar. O Ministério da Defesa esclareceu, em resposta a uma pergunta enviada por um deputado do PS, que as autoridades do país comunicaram que “não será possível prosseguir com o processo”.

No documento, a tutela liderada por Aguiar Branco, explica que o projecto, apresentado em Outubro de 2010 pelo Ministério da Defesa da República da Coreia, “foi recebido com enorme interesse, tendo sido objecto de coordenação entre vários sectores do Estado” e tendo até sido criado um grupo de trabalho para o efeito. A proposta previa a “criação de um centro de instrução de pilotagem avançada”, refere na resposta ao socialista Luís Pita Ameixa.

No entanto, e apesar de terem sido feitos “esforços no sentido de dar andamento ao projecto” (incluindo “diversas visitas com autoridades sul-coreanas”), as autoridades do país “comunicaram a Portugal não ser possível prosseguir com o projecto”, fruto das “alterações na estrutura superior do Estado após as eleições legislativas e presidenciais”.

O ministério diz que o Governo continua a trabalhar com o objectivo de encontrar uma solução para o aeroporto de Beja, que mantém os défices de actividade, nomeadamente no transporte de passageiros.

Uma das possibilidades poderá ser um projecto de uma empresa canadiana que, em finais de 2011, apresentou uma proposta para “implementação de um centro de treino de formação avançada para pilotos”, refere a tutela, acrescentando que foram “desenvolvidos em Portugal contactos e visitas exploratórias neste âmbito”, sem revelar qual o desfecho.

Uma outra iniciativa destacada pelo ministério diz respeito a uma “visita exploratória de uma equipa técnica militar norte-americana”, que ocorreu em 2013. Mas, neste campo, a tutela diz apenas não haver “desenvolvimentos sobre este tema”.

O aeroporto de Beja, que começou a operar em Abril de 2011 após um investimento de 33 milhões de euros, transportou apenas 2319 passageiros em 2013, o que, ainda assim, significou um crescimento de 20,5% face ao ano anterior.

Ainda nesta quarta-feira, a Lusa noticiou que a operação de voos charter entre Paris e Beja, que arrancou a 28 de Abril e deveria prolongar-se até Outubro, foi suspensa. De acordo com uma fonte da ANA, o operador turístico GPS Tour informou a gestora aeroportuária, no final de Junho, da decisão, sem explicar o motivo.

Actualmente, o aeroporto de Beja (bem como as restantes infra-estruturas geridas pela ANA) está concessionado à Vinci, que comprou a empresa em Setembro de 2013, na sequência de uma privatização lançada pelo actual Governo.

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