Investimento da Autoeuropa pode significar 1500 novos empregos no parque de Palmela

Nos anos anteriores, por cada novo posto de trabalho na fábrica outros três foram criados pelos seus fornecedores do parque industrial.

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A Autoeuropa deslocalizou para fora 300 dos 3600 trabalhadores Daniel Rocha

O plano para criar 500 novos empregos na Autoeuropa poderá, tendo em conta o que aconteceu nos anos anteriores, significar mais 1500 postos de trabalho só nas 17 empresas que estão instaladas no parque industrial da fábrica, em Palmela. Cada posto de trabalho que a Autoeuropa cria dá geralmente origem a três novos empregos nesta rede de fornecedores, explica Daniel Bernardino, coordenador das comissões de trabalhadores daquelas empresas.

Bernardino, contudo, não dá aquele volume de criação de emprego como garantido. “No parque industrial, estamos sempre na expectativa para ver qual vai ser o negócio adjudicado a cada empresa”, observa. Segundo os números mais recentes da Autoeuropa, a empresa tem um total de 671 fornecedores, o que inclui empresas a operar fora de Portugal. Em 2012, adjudicou 65% do volume de negócio a empresas no país, quando excluídas as compras a outras empresas do grupo Volkswagen.

A concretizarem-se, os 1500 novos postos de trabalho mais do que duplicariam a actual força de trabalho do parque industrial, onde estão instalados alguns dos principais fornecedores e que ronda actualmente os 1300 funcionários. No ano passado, estas empresas ressentiram-se de uma quebra de produção de 21% na Autoeuropa e acabaram por despedir 500 pessoas. Por seu lado, a fábrica detida pelo grupo Volkswagen deslocou 300 dos 3600 trabalhadores para fora do país.

A intenção de contratar 500 pessoas foi anunciada segunda-feira pela Autoeuropa, que planeia um investimento de 670 milhões de euros ao longo de cinco anos e pretende preparar a fábrica para produzir novos modelos da Volkswagen. A empresa está neste momento a negociar incentivos com o Estado para garantir o investimento do grupo alemão.

Já o presidente da comissão de trabalhadores da Autoeuropa, António Chora, lembra que as novas contratações não estão para breve, estimando que a preparação da fábrica para produzir um novo modelo (que deverá ser anunciado neste semestre) podem chegar aos 18 meses. Refere, também, que será ainda preciso perceber “qual o incremento de produto nacional” na produção da Autoeuropa para avaliar o efeito de criação de emprego.

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