Confrontos no aeroporto de Madrid no primeiro dia de greve na Iberia

Sindicatos iniciam primeira semana de greve. O Governo espanhol apela a um acordo com a companhia aérea. Os trabalhadores dizem estar mais unidos do que nunca.

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Alguns trabalhadores conseguiram entrar no edifício do aeroporto Sergio Perez/Reuters
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Cinco manifestantes foram detidos pela polícia Sergio Perez/Reuters
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Manifestantes no interior do aeroporto de Barajas PEDRO ARMESTRE/AFP
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Trabalhadores em protesto no terminal quatro Susana Vera/Reuters
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Segundo a polícia, estiveram concentrados cerca de oito mil manifestantes Susana Vera/Reuters
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A marcha de protesto até ao aeroporto de Barajas Susana vera/Reuters

O primeiro dia de greve na Iberia arrancou com normalidade, sublinhava a empresa esta manhã. Mas, ao fim de algumas horas, momentos de tensão e confrontos provocaram agitação no aeroporto de Barajas, em Madrid, onde cerca de oito mil trabalhadores se concentraram em protesto contra os planos de reestruturação da empresa, que prevê o despedimento de 3800 funcionários.

O dia começou com os serviços mínimos a serem cumpridos e, segundo a empresa, a larga maioria dos passageiros da Iberia colocados em voos alternativos. Mas, em Barajas, o principal ponto de passagem dos voos da Iberia, os ânimos exaltaram-se quando os trabalhadores se manifestavam na parte exterior do terminal quatro do aeroporto.

Segundo a polícia, estavam no local cerca de oito mil em protesto, alguns chegados em marcha da zona industrial da Iberia. À porta do terminal quatro, entre palavras de ordem e a confusão, envolveram-se em confrontos e empurrões com o cordão policial que tentava impedir o acesso ao edifício do terminal.

Alguns trabalhadores acabaram por forçar a entrada, protestando nas zonas dos guichets de check-in da Iberia, onde aguardavam passageiros. Cinco manifestantes foram detidos pelas autoridades e um ficou ferido.

Um trabalhador da companhia desabafou ao El Mundo: “Em 80 anos de história não estivemos todos de acordo… até hoje”. É a expressão daquilo que os sindicatos traduzem em números, garantindo que, em Barajas, houve uma adesão de 95% à greve.

Os sindicados do universo da companhia de aviação espanhola têm agendados três blocos de paralisações (de cinco dias cada) em Fevereiro e Março, naquela que é considerada a maior greve da história da Iberia.

À paralisação contra o plano de reestruturação da empresa aderiram os funcionários de voo e de terra da Iberia, havendo ainda impacto em algumas das 120 companhias a que a empresa presta serviços de assistência em terra (handling).

Esta segunda-feira é o primeiro dia de greve. Até sexta-feira, deverão ser cancelados mais de 1200 voos das companhias do grupo, afectando cerca de 70 mil passageiros. Os próximos períodos de greves decorrem entre 4 e 8 de Março e entre 18 e 22 de Março.

Graças a acordos com outras companhias aéreas – e à semelhança do que aconteceu noutras paralisações –, a Iberia colocou a maioria dos passageiros em voos alternativos (cerca de 85%), enquanto os restantes foram reembolsados pela companhia.

O Governo garantiu que os serviços mínimos fixados estão a ser cumpridos (todos os voos para as ilhas espanholas e metade dos serviços entre cidades espanholas e estrangeiras).

A ministra do Fomento, Ana Pastor, apelou a um acordo “o mais rapidamente possível” entre os trabalhadores e a direcção, defendendo que a paralisação prejudica os cidadãos e a própria economia espanhola. E a Fuci, federação de consumidores independentes, embora diga respeitar de forma escrupulosa o direito à greve, contestou o impacto junto dos consumidores, “totalmente indefesos”.

O grupo parlamentar socialista (PSOE) pediu para o executivo intervir e não se limitar a estabelecer serviços mínimos e a fazer apelos às duas partes.
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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