Compra de dívida pública pelo BCE é positiva mas não basta, defende o FMI

Lagarde aplaude decisão do banco central e acredita que a compra de dívida pública vai ajudar a subir a inflação.

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Lagarde, esta manhã em Davos FABRICE COFFRINI/AFP

A compra de 60 mil milhões de euros de dívida por mês por parte do Banco Central Europeu (BCE) é uma boa notícia para a zona euro, mas tem de ser complementada por acções noutras áreas, defende o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Christine Lagarde veio saudar, em comunicado, o lançamento de um programa alargado de compra de activos financeiros por parte do BCE, vincando que as medidas vêm “ajudar a baixar os custos do financiamento na zona euro, aumentar as expectativas de inflação e reduzir o risco de haver um período prolongado de baixa inflação”.

Para a directora-geral do fundo, as medidas “vão aumentar de forma significativa as perspectivas do BCE alcançar a sua meta de estabilidade dos preços”. Mas para além do efeito do BCE, diz Lagarde, é preciso que a intervenção do BCE – através da compra de activos do sector público e privado no valor de 1,1 biliões de euros, pelo menos até Setembro de 2016 – seja acompanhada por medidas que promovam o crescimento no espaço da moeda única.

Paralelamente à compra de dívida, diz Lagarde, é “essencial” que esta “política acomodatícia” seja suportada por outras “medidas abrangentes e tomadas em devido tempo noutras áreas”, seja por reformas estruturais que aumentem o crescimento potencial dos países da zona euro, seja por medidas que promovam a procura.

De manhã, ainda antes de ser conhecida a decisão do BCE, amplamente antecipada nos mercados, com as bolsas a subir e o euro em queda, Lagarde mostrou-se convicta de que o plano vai resultar – porque, diz, já está a ter resultados. “Até certo ponto podemos dizer que já funcionou”, notou Lagarde no Fórum Económico Mundial, em Davos, referindo-se às expectativas dos mercados e ao sinal de confiança dado por Draghi.

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